Mãe e sete filhos morreram asfixiados pelo fumo do incêndio na casa
Mãe e sete filhos morreram asfixiados pelo fumo do incêndio na casa
A luta contra as chamas pelos 80 bombeiros franceses, nesta madrugada, foi intensa e longa, mas a inalação do fumo foi fatal para a mãe e seus sete filhos que se refugiaram no segundo andar da casa, um sótão reconvertido, na pequena vila de Charly-sur-Marne, em Aisne.
Apenas o pai, um homem de 40 anos, sobreviveu, porque foi salvo por um vizinho do incêndio na casa que deflagrou perto da meia-noite, com os bombeiros a serem chamados ao local. O homem está hospitalizado mas não corre perigo de vida.
As crianças, cinco raparigas e dois rapazes, com idades entre os 2 e 14 anos, e a sua mãe morreram asfixiados pelo fumo. "Os corpos não foram queimados", declarou à AFP o procurador-geral de Soissons, Julien Morino-Ros.
O fogo terá começado na máquina de secar roupa que estava no rés-do-chão da casa da família, relatou o procurador. O pai tentou apagar as chamas descendo para o rés-do-chão e pediu à mãe e às crianças que se abrigassem no segundo andar, um sótão convertido.
Ali ficaram retidos enquanto o fumo negro invadia as escadas e os bombeiros lutavam para passar, devido à difícil configuração da casa antiga mas remodelada. Os estores elétricos bloquearam com o corte da energia, indicou o procurador.
O pai sofreu queimaduras graves e foi levado para o hospital desta vila, produtora de champanhe, com 2.600 habitantes, informou o procurador.
Vila de luto
No centro da cidade, a rua estreita onde a casa estava situada, da qual só se pode ver a fachada enegrecida, foi bloqueada de manhã pela polícia, como observaram os repórteres da AFP.
"Espero de todo o meu coração que não tenham sentido nada, não tenham visto nada. Estivemos ali na rua (da casa) e vimos o horror toda a noite", declarou Sylvie Corré, a esposa do proprietário da casa, contactada por telefone pela AFP.
O pai da grande família era empregado deste casal, na sua pequena vinha de champanhe. A mãe das sete crianças, também "com cerca de 40 anos de idade", cuidava dos filhos. Quatro dos meninos nasceram de um anterior relacionamento da mãe, vivendo com ela e com o atual companheiro, e os outros três filhos já nascidos no casal. "O pai é um excelente empregado", frisou Sylvie Corré.
"A casa estava completamente de acordo com os padrões exigidos", assegura esta proprietária, sabendo que "inevitavelmente, haverá um inquérito, estamos a preparar-nos para tudo".
"Nesta fase, não há elementos que liguem o incêndio a um problema de insalubridade" da casa, "um edifício bastante antigo", adiantou o procurador.
Foi um "primeiro bombeiro", um vizinho, que interveio "individualmente", que salvou o pai antes da chegada dos seus colegas, precisou a prefeitura de Aisne, facto confirmado pelo procurador.
Os bombeiros foram chamados às 00h49 de domingo ao local, de acordo com a prefeitura, e empregaram recursos todos os recursos possíveis, ao todo 80 soldados da paz combateram as chamas, auxiliados por duas grandes escadas. O incêndio foi extinto de manhã cedo, após várias horas de luta.
"Pobres crianças"
"Vi sobretudo fumo, muito fumo", contou à AFP Evelyne Renaud, vizinha da família, Evelyne Renaud. "Pobres crianças!", exclamou.
Nesta manhã de segunda-feira toda a população da pequena vila estava consternada com o sucedido. Junto à escola, situada a algumas dezenas de metros de distância da casa ardida, duas mães estão em lágrimas. Uma delas contou que o seu filho, um aluno do quinto-ano, era amigo de uma das pequenas vítimas.
"O diretor da escola estava de lágrimas nos olhos" também, afirmou esta mãe, que não quis ser identificada. Dois psicólogos estiveram presentes na escola para apoiar as crianças e os funcionários devido à tragédia, adiantou a mulher.
O incêndio danificou ainda uma casa vizinha, exigindo que duas pessoas fossem realojadas. Também no centro de emergência de Charly-sur-Marne, foi criada uma unidade de apoio psicológico para a população.
Em 2013, um incêndio em Saint-Quentin, também em Aisne, causou a morte de cinco crianças, com idades com idades entre os 2 e os 9 anos.
Mais recentemente, outra tragédia semelhante ocorreu na noite de 15 para 16 de dezembro passado, quando dez pessoas, incluindo quatro crianças, morreram num incêndio em Vaulx-en-Velin, perto de Lyon.
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