França. Les Républicains são surpresa em eleições regionais
França. Les Républicains são surpresa em eleições regionais
Afastada do poder há mais de uma década, o partido de direita Les Républicains foi a surpresa das eleições regionais levadas a cabo no domingo em França. Num dia marcado pela abstenção recorde, a inesperada vitória em várias regiões do partido fundado por Nicolas Sarkozy aparece com outro fôlego para as eleições presidenciais que se realizam em 2022 e que se esperava serem protagonizadas por Emmanuel Macron e por Le Pen. Nenhum destes líderes saiu bem parado no domingo e a esquerda moderada permanece como a mais votada nas cinco regiões em que já governavam.
A candidata de extrema-direita, Marine Le Pen, esperava um resultado que a catapultasse para a liderança das intenções de voto. Não conseguiu mais do que vencer em cerca de dez localidades e outras pequenas cidades.
Há seis anos, nas últimas eleições regionais, a Frente Nacional ficou em primeiro lugar na primeira volta em seis regiões e foi o partido mais votado em França com 27,7% dos votos. A esperança de Le Pen era igualar ou melhorar o resultado, mas o oposto aconteceu. O partido que agora se chama Rassemblement National (RN) lidera apenas uma região e em todo o país recolheu, segundo as sondagens à boca das urnas, cerca de 19% dos votos, um resultado que pode comprometer a sua estratégia e a sua liderança.
A direita, com os Republicanos ou candidatos independentes, ganhou em seis das sete regiões onde já governa, incluindo Hautes-de-France e Auvergne-Rhône-Alpes. Está mesmo perto de ser a mais votada na Provença-Alpes-Côte d'Azur, a única região onde o RN governa. Os Republicanos são a força mais votada em França e conseguiram cerca de 29% dos votos.
O resultado é bastante bom para um partido que muitos acreditaram estar moribundo. Na terceira posição, depois de LR e RN, está o Partido Socialista (PS), o partido mais votado onde governa. Nem La Republique En Marche (LREM) de Macron, nem os seus aliados centristas lideram em qualquer região, refletindo a implantação territorial limitada de uma formação fundada em 2017 e sem líderes de peso, excepto o Presidente. A segunda volta das eleições regionais e departamentais, que coincidem nos mesmos dias, terá lugar no domingo 27, e as coisas poderão mudar com possíveis alianças.
Nas eleições regionais, as listas que têm mais de 10% dos votos qualificam-se para a segunda volta, ao contrário das eleições presidenciais, onde os dois candidatos mais votados se qualificam. Este sistema significa que pode haver três ou quatro listas na segunda ronda.
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