Escolha as suas informações

França. Dezenas de detidos em protestos contra reforma das pensões
Mundo 2 min. 18.03.2023
Manifestações

França. Dezenas de detidos em protestos contra reforma das pensões

Manifestações

França. Dezenas de detidos em protestos contra reforma das pensões

Foto: Julien DE ROSA/AFP
Mundo 2 min. 18.03.2023
Manifestações

França. Dezenas de detidos em protestos contra reforma das pensões

Lusa
Lusa
Continuam as manifestações contra o projeto de lei que aumenta a idade da reforma de 62 para 64 anos.

França registou pelo segundo dia consecutivo protestos espontâneos em grandes cidades, contra o projeto de lei que aumenta a idade de reforma de 62 para 64 anos, sendo que em Paris pelo menos 60 manifestantes foram detidos.


Emmanuel Macron
Macron força aprovação da reforma de pensões sem passar pela Assembleia Nacional
O Presidente da República francês forçou a aprovação da lei quando faltavam apenas 12 minutos para o início da sessão parlamentar.

Tal como no dia anterior, milhares de pessoas, muitas destas jovens, manifestaram-se na emblemática Praça da Concórdia (Place de la Concorde, em francês), sem que o evento tenha sido promovido por um partido ou sindicato.

Além de 61 detenções, cinco polícias ficaram feridos nos protestos na capital francesa, noticiou a agência Efe.

Durante a mobilização civil, foi feita uma grande fogueira, onde foram queimadas imagens com o Presidente Emmanuel Macron, que acusam de “virar as costas” à democracia ao aprovar a reforma sem votação da Assembleia Nacional.

O protesto terminou com a intervenção da polícia de choque, que cercou com agentes toda a praça.

Outras cidades, como Toulouse, Bordeaux, Lyon e Estrasburgo também registaram manifestações.

Durante o dia, os trabalhadores de saneamento que fizeram greve também bloquearam uma estação de coleta de lixo que abriga o maior incinerador da Europa, enquanto os estudantes universitários saíram das salas de aula para se juntarem às greves que afetaram diversos setores profissionais.


Protestos contra a reforma do sistema de pensões em França.
Fotos. França a arder após aprovação da reforma de pensões
A reforma de pensões foi aprovada na quinta-feira e o grito de protesto da população francesa fez-se ouvir nas várias manifestações e confrontos que eclodiram durante a noite.

Vários carros e mobiliário urbano incendiados

Na quinta-feira, logo após a aprovação da polémica reforma, as tensões foram ainda maiores, pois as forças de segurança detiveram centenas de manifestantes, a maioria em Paris.

Os protestos resultaram em vários carros e mobiliário urbano incendiados.

Os sindicatos que organizaram greves e marchas contra o aumento da idade de reforma disseram que mais comícios e manifestações estão marcadas para os próximos dias.

Entre os artigos mais polémicos desta nova lei está o aumento da idade da reforma para 64 anos ou 43 anos de descontos, mas também o fim dos regimes especiais existentes para os trabalhadores dos transportes, da energia ou mesmo do Banco de França, assim como a adoção de um contrato especial para promover o emprego de pessoas com mais de 60 anos.

Macron fez das mudanças às leis de reforma a principal prioridade do seu segundo mandato, argumentando que estas alterações são essenciais para tornar a economia francesa mais competitiva e evitar a falência do sistema de segurança social.


Contra tudo e todos, Senado francês aprova aumento da reforma para 64 anos
Sindicatos marcam novas mobilizações e possível encontro com o Presidente da República está fora de questão.

Se uma eventual moção de censura ao Governo for aprovada na Assembleia Nacional, a proposta de alteração legislativa fica em causa e o Governo será obrigado a renunciar, o que não acontece desde 1962.

Nesse cenário, Macron pode optar por voltar a indicar a primeira-ministra Elisabeth Borne, que poderá escolher novo Governo.

Contudo, a aliança de partidos do centro liderada por Macron tem a maioria na Assembleia Nacional, tornando difícil a aprovação de uma moção de censura.

O Contacto tem uma nova aplicação móvel de notícias. Descarregue aqui para Android e iOS. Siga-nos no Facebook, Twitter e receba as nossas newsletters diárias.


Notícias relacionadas

O protesto foi promovido por sindicatos, associações de imprensa, organizações de direitos humanos e até pelo movimento dos “coletes amarelos”, numa nota conjunta que alertava que, se a lei for adiante, França corre o risco de entrar para a lista de países que violam a liberdade de imprensa.
O braço de ferro entre o governo e os trabalhadores, a propósito da reforma das pensões, não tem data para terminar. Esta terça-feira o país vai voltar a parar. Os sindicatos falam numa "greve decisiva".