Os serviços norte-americanos de inteligência detetaram comunicações entre o Irão e o Iraque e anteciparam os ataques protegendo os seus soldados. Ainda assim, Washington acredita que o Irão pode ter procurado deliberadamente não fazer vítimas para evitar um agravamento do conflito.
Mundo
08.01.2020
Do nosso arquivo online
Estados Unidos souberam do ataque antes de acontecer
Os serviços norte-americanos de inteligência detetaram comunicações entre o Irão e o Iraque e anteciparam os ataques protegendo os seus soldados. Ainda assim, Washington acredita que o Irão pode ter procurado deliberadamente não fazer vítimas para evitar um agravamento do conflito.
De acordo com a Fox News, os serviços norte-americanos de inteligência souberam antecipadamente do ataque que o Irão ia lançar sobre as suas bases no Iraque depois de intercetarem comunicações entre os governos de Teerão e Bagdade sobre a ofensiva. Segundo um funcionário citado pela cadeia norte-americana, as tropas terão sido alertadas para se protegerem dos impactos.
Há ainda versões contraditórias sobre as consequências do ataque iraniano. A imprensa iraniana anunciou cerca de 80 mortes nas bases dos Estados Unidos e importantes danos em equipamento militar mas Donald Trump informou no Twitter logo a seguir aos ataques que estava “tudo bem”. Também a Alemanha, Dinamarca e Noruega negaram que qualquer um dos seus soldados tivesse sido morto ou ferido.
Os Estados Unidos suspeitam ainda que o Irão tenha atacado deliberadamente áreas despovoadas com o fim de não provocar uma escalada na tensão no Médio Oriente dando uma resposta firme como exigiam os seus líderes mas sem vítimas para permitir que Washington recuasse.
Ao Bloomberg, funcionários norte-americanos na condição de anonimato afirmaram que, depois de analisar a situação, Washington acredita na hipótese de ter sido um ataque com o objetivo de não provocar vítimas já que os mísseis atingiram terreno arenoso.
Mais de uma dúzia de mísseis iranianos foram lançados na quarta-feira de madrugada contra duas bases iraquianas, em Ain al-Assad e Erbil, que albergam tropas norte-americanas. O Irão assumiu a autoria dos ataques e anunciou que se trata de uma resposta ao assassinato do general Qassem Soleimani por drones dos Estados Unidos.
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