Espanha. Número de pensionistas cai pela primeira vez em 15 anos
Espanha. Número de pensionistas cai pela primeira vez em 15 anos
O sistema espanhol de Segurança Social regista menos pensionistas do que há um ano. Nos meses de setembro e outubro deste ano, havia 8.867.680 pensionistas, menos do que nos dados do mesmo período de 2019, diz o El País. Não é uma queda significativa mas os números estão a cair, algo que não aconteceu em momento algum dos últimos 15 anos.
Segundo o jornal espanhol, esta quebra deve-se ao aumento significativo do número de mortes devido à covid-19 e, simultaneamente, ao congestionamento administrativo devido ao confinamento. Ou seja, há mais dificuldades burocráticas para quem pretende reformar-se.
Espanha foi um dos países europeus mais afetados pela pandemia e o total de mortes é consequência, sobretudo, do impacto da doença entre os mais velhos. De acordo com os números da Segurança Social, o número de mortes registadas no sistema de pensões durante os primeiros nove meses do ano aumentou 13,5%, quase 50 mil a mais do que no mesmo período do ano anterior.
Contudo, destaca o El País, o total de pensionistas também depende do número de registos e estes também foram influenciados pela pandemia. Ou seja, sugere-se que outros factores possam estar a influenciar esta quebra. Uma delas é o atraso gradual da idade da reforma de 65 para 67 anos, algo que começou em 2013 e que terminará em 2027. Outra poderia ser a antecipação da reforma de alguns trabalhadores devido à incerteza económica.
No entanto, salienta-se que estes dois elementos já estavam presentes antes da chegada da pandemia e destaca-se os constrangimentos que condicionaram a atividade administrativa ao ponto de as repartições estarem fechadas durante os momentos mais difíceis do confinamento. Nesse sentido, o Departamento de Segurança Social explicou ao El País que isto "significou que já não é possível processar os casos ao mesmo ritmo que antes da pandemia". Os números até setembro indicam que houve uma queda no número de registos de de 10,7% (378.486 casos).
A conclusão a que se chega é que a combinação do elevado número de mortes e os condicionamentos administrativos levaram a que houvesse menos pensionistas. Esta é a primeira vez que algo deste género acontece.
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