Erdogan diz que EUA perderam papel de mediador no Médio Oriente
Erdogan diz que EUA perderam papel de mediador no Médio Oriente
"Rejeitamos esta decisão que viola o direito internacional e as resoluções das Nações Unidas", declarou Erdogan, no segundo dia da sua visita ao Reino Unido, durante uma palestra no centro de reflexão Chatham House.
O chefe de Estado acrescentou que "com esta decisão, os EUA escolheram serem uma parte do problema e perderam o seu papel de mediador no processo de paz" no Médio Oriente.
Erdogan exportou ainda a comunidade internacional a "desempenhar o seu papel o mais rapidamente possível" e a tomar medidas para acabar com "a agressão crescente de Israel".
Reafirmou ainda que "a criação de um Estado palestiniano independente, com Jerusalém como capital" é "a única solução para uma paz durável".
Os EUA inauguraram hoje a sua nova embaixada em Jerusalém, depois de Donald Trump ter decidido transferi-la de Telavive, no dia em que foram mortos 52 palestinianos pelos militares israelitas, durante manifestações de protesto na Faixa de Gaza.
África do Sul retira embaixador em Israel e condena repressão
A África do Sul anunciou hoje que retira o seu embaixador de Israel, numa condenação do que diz ser o "último ato de agressão violenta" da repressão dos protestos palestinianos pela mudança da embaixada dos EUA para Jerusalém.
"Por causa da grave e indiscriminada natureza do último ataque israelita, o Governo sul-africano decidiu retirar o embaixador Sisa Ngombane com efeito imediato", comunicou o Departamento de Relações Internacionais, em comunicado.
O executivo do Presidente Cyril Ramaphosa condenou em "termos mais enérgicos" os incidentes de hoje na fronteira entre Israel e a Faixa de Gaza, que provocou 52 mortos e pelo menos cerca de 2.000 feridos.
A África do Sul recordou que defende a retirada total das forças armadas israelitas da Faixa de Gaza por "um permanente obstáculo mais para a resolução do conflito, que deve chegar através de dois Estados, Israel e Palestina, coexistindo lado a lado e em paz".
Por isso, o Governo da África do Sul junta-se às vozes da comunidade internacional que pedem para que as mortes de palestinianos sejam investigadas.
O balanço de vítimas mortais palestinianas de hoje torna a jornada mais mortífera do conflito israelo-palestiniano, depois da guerra do verão de 2014 no enclave.
A questão de Jerusalém, que esteve na base dos protestos de hoje, é uma das mais complicadas e delicadas do conflito israelo-palestiniano, um dos mais antigos do mundo.
Israel ocupa Jerusalém Oriental desde 1967 e declarou, em 1980, toda a cidade de Jerusalém como a sua capital indivisa.
Os palestinianos querem fazer de Jerusalém oriental a capital de um desejado Estado palestiniano, coexistente em paz com Israel.
Jerusalém é considerada uma cidade santa para cristãos, judeus e muçulmanos.
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