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Em 2022, uma mulher foi morta a cada seis horas no Brasil
Mundo 08.03.2023
Crime

Em 2022, uma mulher foi morta a cada seis horas no Brasil

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Em 2022, uma mulher foi morta a cada seis horas no Brasil

Foto: AFP
Mundo 08.03.2023
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Em 2022, uma mulher foi morta a cada seis horas no Brasil

Lusa
Lusa
Oito em cada 10 crimes de feminicídio são cometidos pelo parceiro ou ex-parceiro da vítima.

O Brasil registou um aumento de 5% nos casos de feminicídio no ano passado face a 2021, com 1,4 mil mulheres mortas, ou seja, uma a cada seis horas, segundo dados oficiais compilados pelo portal de notícias G1. 

Este número é o maior registado no país desde que a lei de feminicídio entrou em vigor, em 2015, e foi obtido com base nos dados oficiais dos 26 estados brasileiros e do Distrito Federal.

Segundo o G1, a subida acontece em contramão ao número de assassínios no país, com 40,8 mil casos (menos 1% em 2022 face a 2021), que foi o menor da série histórica do Monitor da Violência e do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP).

Se forem consideradas apenas as mortes de mulheres, o que inclui também os casos que são classificados como feminicídios, o número de mortes violentas no Brasil cresceu 3% no mesmo período, dado que indica o aumento de violência contra as mulheres.


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Doze estados brasileiros registaram uma subida no número de homicídios de mulheres, segundo o mesmo levantamento, que apontou o Mato Grosso do Sul e Rondônia como os estados com o maior índice de homicídios de mulheres.

Outro dado relevante diz respeito à autoria destes crimes. De acordo com o Anuário de Segurança Pública, divulgado anualmente pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, oito em cada 10 crimes de feminicídio são cometidos pelo parceiro ou ex-parceiro da vítima.

"Ao contrário dos homicídios em geral, cujas motivações são as mais variadas, os femicídios têm sempre o mesmo cerne: a desigualdade de género", afirmam as pesquisadoras Debora Piccirillo e Giane Silvestre, investigadoras do Núcleo de Estudos da Violência da Universidade de São Paulo (NEV-USP) ao G1.

"Esta desigualdade, que está presente nas relações sociais, é baseada na crença de que as mulheres são subalternas aos homens e que as suas vontades são menos relevantes. A violência de género reflete a radicalização desta crença que, muitas vezes, transforma as mulheres em objetos e 'propriedade' dos seus parceiros", concluíram.

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