Eleições. Movimento assinala abertura política para problemas dos emigrantes mas insiste em voto digital
Eleições. Movimento assinala abertura política para problemas dos emigrantes mas insiste em voto digital
O movimento Também Somos Portugueses (TSP) reuniu-se com representantes do Governo português e da equipa do Presidente da República para insistir na revindicação do voto digital para os emigrantes.
Aproveitando o discurso de Marcelo Rebelo de Sousa, após a vitória nas últimas presidenciais, favorável à criação de mecanismos que facilitem o voto dos portugueses que vivem no estrangeiro, o movimento voltou a defender o voto digital como forma de ultrapassar limitações e barreiras geográficas e burocráticas, como as que aconteceram no último escrutínio.
"No seu discurso de vitória, o Presidente da República [Marcelo Rebelo de Sousa] salientou a necessidade de se rever o método de votação dos portugueses emigrados favorecendo a ideia do voto postal para as eleições presidenciais. O TSP, composto por portugueses a residir em diversos países, acolheu com satisfação o pensamento do Presidente da República considerando, porém, que o voto postal que aconteceu nas eleições legislativas anteriores teve muitos problemas", salienta o grupo, em comunicado, lembrando que tal como já tinha acontecido nas eleições legislativas, também nestas últimas, agravadas pelos constrangimentos da pandemia, muitos portugueses foram impedidos de votar.
O movimento transmitiu os problemas que têm sido identificados numa reunião com a Secretária de Estado das Comunidades, Berta Nunes, o Secretário de Estado Adjunto e da Administração Interna, Antero Luís, Paulo Mauritti, vogal do Conselho Diretivo da Agência para a Modernização Administrativa, com uma equipa do Palácio de Belém e com grupos parlamentares "a quem tem exposto as suas preocupações".
O TSP, criado em 2015, tem defendido um teste piloto do voto digital para a eleição dos conselheiros em todo o mundo, que se prevê que possa decorrer até ao final de 2021.
O movimento sublinha que a generalidade dos deputados contactados se tem mostrado sensível aos problemas dos portugueses que são obrigados a fazer grandes distâncias, por vezes tendo de deslocar-se milhares de quilómetros, e sobre o peso que estas dificuldades acabam por ter na abstenção.
Apesar de saudar como "mais um passo" a proposta do PSD do voto pela via postal para emigrantes, nas eleições presidenciais e europeias, o TSP reitera que "só o voto digital poderá ser uma solução satisfatória para os portugueses a residir no estrangeiro".
Tendo reconhecido o aumento da participação dos portugueses a viver no estrangeiro nesta eleição presidencial, sobretudo devido ao recenseamento automático na emissão do Cartão de Cidadão dos emigrantes, o movimento considera que ficou provada, pelas dificuldades que persistiram e novas que surgiram - nas últimas presidenciais várias centenas de emigrantes não conseguiram votar por os terem retirado dos cadernos eleitorais quando renovaram o Cartão de Cidadão -, a necessidade não só do voto remoto, mas também de alterar as leis eleitorais.
Este ano Portugal volta ter a eleições, para eleger os presidentes dos órgãos das autarquias. Ao contrário das legislativas, presidenciais e europeias, os emigrantes continuam impossibilitados de votar nas eleições autárquicas.
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