Debandada no funeral de Soleimani deixa 40 mortos e mais de 200 feridos
Debandada no funeral de Soleimani deixa 40 mortos e mais de 200 feridos
Pelo menos 32 pessoas morreram e 190 ficaram feridas numa debandada hoje no Irão durante o funeral do general Qassem Soleimani, morto na sexta-feira durante um ataque norte-americano em Bagdad, anunciou a televisão estatal iraniana.
Os primeiros números divulgados indicavam 35 mortos e 48 feridos. O novo balanço foi feito a partir das informações do chefe dos serviços médicos de emergência do Irão, Pirhossein Koulivand, que falou à televisão estatal iraniana.
“Infelizmente, como resultado da debandada, alguns de nossos compatriotas ficaram feridos e outros morreram durante as cerimónias fúnebres", declarou Koulivand, acresentando que 190 pessoas ficaram feridas no tumulto.
A debandada ocorreu na cidade natal do general, Kerman, onde dezenas de milhares de pessoas se concentraram esta terça-feira para as cerimónias fúnebres de Soleimani.
Os primeiros vídeos publicados na Internet mostram pessoas sem vida nas ruas e outras a gritar, tentando ajudar as vítimas da debandada.
O chefe dos serviços médicos de emergência do Irão, Pirhossein Koulivand, falou por telefone à televisão estatal iraniana e confirmou que o tumulto ocorreu em Kerman.
“Infelizmente, como resultado da debandada, alguns de nossos compatriotas ficaram feridos e outros morreram durante as cerimónias fúnebres", declarou Koulivand.
Os habitantes de Kerman afluíram hoje em massa ao centro da cidade iraniana, onde vai ser enterrado o general Qassem Soleimani.
Dezenas de milhares de pessoas, vestidas de preto, empunhavam imagens de Soleimani e exigiam vingança contra os Estados Unidos, aumentando drasticamente as tensões no Médio Oriente.
Na segunda-feira, a polícia iraniana disse que milhões de pessoas se concentraram em Teerão para prestar homenagem ao general e às restantes vítimas do ataque aéreo norte-americano em Bagdad.
O enterro do comandante da força de elite iraniana Al-Quds vai realizar-se no sul do Irão, numa cerimónia presidida pelo líder supremo iraniano, ‘ayatollah’ Ali Khamenei.
Qassem Soleimani morreu na sexta-feira num ataque aéreo contra o carro em que seguia, junto ao aeroporto internacional de Bagdade, ordenado pelo Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
No mesmo ataque morreu também o 'número dois' da coligação de grupos paramilitares pró-iranianos no Iraque, Abu Mehdi al-Muhandis, conhecida como Mobilização Popular (Hachd al-Chaabi), além de outras oito pessoas.
O ataque ocorreu três dias depois de um assalto inédito à embaixada norte-americana que durou dois dias e só terminou quando Donald Trump anunciou o envio de mais 750 soldados para o Médio Oriente.
O Irão prometeu vingança e anunciou no domingo que deixará de respeitar os limites impostos pelo tratado nuclear assinado em 2015 com os cinco países com assento no Conselho de Segurança das Nações Unidas — Rússia, França, Reino Unido, China e EUA — mais a Alemanha, e que visava restringir a capacidade iraniana de desenvolvimento de armas nucleares. Os Estados Unidos abandonaram o acordo em maio de 2018.
No Iraque, o parlamento aprovou uma resolução em que pede ao Governo para rasgar o acordo com os EUA, estabelecido em 2016, no qual Washington se compromete a ajudar na luta contra o grupo terrorista Estado Islâmico e que justifica a presença de cerca de 5.200 militares norte-americanos no território iraquiano.
Lusa
