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Coreia do Sul. Aberta investigação ao acidente que provocou mais de 150 mortos
Mundo 6 3 min. 31.10.2022
Debandada

Coreia do Sul. Aberta investigação ao acidente que provocou mais de 150 mortos

Mais de 150 pessoas morreram numa debandada num desfile da Halloween, na capital sul-coreana, no sábado passado.
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Coreia do Sul. Aberta investigação ao acidente que provocou mais de 150 mortos

Mais de 150 pessoas morreram numa debandada num desfile da Halloween, na capital sul-coreana, no sábado passado.
Foto: Anthony Wallace/AFP
Mundo 6 3 min. 31.10.2022
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Coreia do Sul. Aberta investigação ao acidente que provocou mais de 150 mortos

Redação
Redação
Autoridades policiais estão a ser acusadas de terem sido pouco rigorosas na sua atuação durante o desfile de Halloween, que deu origem à tragédia.

O Governo coreano anunciou esta segunda-feira a abertura de uma "investigação exaustiva" sobre a catástrofe ocorrida no sábado, num distrito do centro de Seul, capital da Coreia do Sul.

Foi a primeira vez na história que o governo coreano abriu uma "investigação exaustiva" sobre um desastre. Um total de 154 pessoas morreram numa debandada durante um desfile de Halloween, no sábado passado.

"O governo quer agora descobrir as causas do acidente e tomar as medidas necessárias para evitar uma tragédia semelhante no futuro", disse o primeiro-ministro Han Duck-soo esta segunda-feira numa reunião na sede do departamento de prevenção de catástrofes e operações de segurança. 

A Coreia do Sul decretou um período de luto nacional pela tragédia. Muitos concertos e outros eventos festivos foram cancelados, e as bandeiras foram hasteadas a meia haste por todo o país.   

O acidente na capital onde habitam cerca de 10 milhões de pessoas ocorreu no sábado à noite (hora local) no popular e agitado distrito de Itaewon, quando dezenas de milhares de pessoas se reuniram para celebrar o Halloween. 

De acordo com testemunhas oculares e informações dos trabalhadores nas operações de resgate, muitas pessoas ficaram presas numa multidão densa numa rua lateral estreita e inclinada. Muitos caíram ao chão, sufocados, e foram esmagados ou chutados até à morte. 

O Presidente sul-coreano revelou ainda esta segunda a criação de um memorial para as vítimas, cujo número de mortos subiu agora para 154. 

Vários governos e líderes mundiais demonstraram a solidariedade para com a Coreia do Sul, incluindo Xavier Bettel, Emmnuel Macron e Marcelo Rebelo de Sousa. 

Autoridades acusadas de laxismo

A tragédia de sábado tem gerado duras críticas às autoridades policiais, nomeadamente acusações de laxismo, pela forma como geriram a multidão na noite da tragédia. Acusações já refutadas pelo Executivo.

A debandada "não foi um problema que pudesse ter sido resolvido através da mobilização antecipada de polícias ou bombeiros", disse o ministro do Interior Lee Sang-min numa conferência de imprensa no domingo. 

Mas várias testemunhas descreveram a ausência completa de medidas para canalizar ou controlar a imensa multidão. Nas redes sociais, muitos utilizadores acusaram a polícia de não controlar completamente a multidão, permitindo que demasiadas pessoas se aglomerassem à volta da estação de metro de Itaewon e dos becos onde se deu a debandada. 

A polícia reconheceu na segunda-feira que tinha destacado apenas 137 agentes em Itaewon na noite de sábado, mas indicou que este número era maior do que nas festas de Halloween nos anos anteriores. 


Tragédia na Coreia do Sul. Não há registo de portugueses entre as vítimas
Fonte do MNE português disse à Lusa que não existe, até ao momento, notícia de qualquer cidadão português entre as vítimas, situação que continua a acompanhar.

Alguns meios de comunicação locais escreveram que a maioria dos oficiais destacados estava no local mais para prevenir o uso de drogas, e não tanto para controlar a multidão de foliões. 

No entanto, a polícia da Coreia do Sul é mestre no controlo de multidões, num país onde as manifestações frequentes são muitas vezes dirigidas por mais agentes do que os participantes. Mas os organizadores de protestos políticos ou sindicais são obrigados a declarar antecipadamente os seus planos às autoridades, o que não foi o caso do grande número de jovens que se juntaram na festa de Halloween em Itaewon. 

Esta é a pior catástrofe na Coreia do Sul desde o afundamento do ferry Sewol ao largo da costa do país em 2014, que matou 304 pessoas.  

(Mélodie Mouzon com AFP e dpa)  

Artigo publicado originalmente no Virgule e traduzido e editado para o Contacto por Catarina Osório.)

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