Conferência de duas horas entre Biden e Xi Jinping
Conferência de duas horas entre Biden e Xi Jinping
Duas horas durou a videoconferência desta sexta-feira na qual Joe Biden tentou convencer Xi Jinping, o presidente chinês, a não ajudar a Rússia, nem militar nem economicamente.
No entanto, nos últimos tempos, a relação entre Putin e Xi Jinping foi tornando-se cada vez mais próxima, desde as honras que o presidente russo foi alvo nos Jogos Olímpicos de Inverno em Pequim, até aos recentes rumores de que a China estaria disposta a assistir o Kremlin nas dificuldades que enfrenta com as sanções do Ocidente.
Putin e o seu homólogo chinês declararam na altura que a sua relação “não tinha limites”, num documento publicado em fevereiro, quando o russo compareceu na cerimónia de abertura dos Jogos Olímpicos. Esta nova amizade entre os países historicamente inimigos está a ser monitorizada de perto tanto pela Casa Branca como por Bruxelas. Os europeus desconfiam cada vez mais que a China irá tentar minar os efeitos dos cinco pacotes de sanções económicas que Bruxelas já criou e que irá apoiar a Rússia.
Pequim divulga comunicado abstrato
De acordo com uma declaração da Casa Branca, Joe Biden descreveu "as implicações e consequências que a China" teria caso providenciasse apoio material à Rússia, que "conduz ataques brutais contra cidades e civis ucranianos". "Os dois líderes concordaram na importância de manter as linhas de comunicação abertas para lidar com os assuntos dos dois países”, lê-se no comunicado.
Já a versão oficial chinesa é bastante abstrata. Segundo o relato do Wall Street Journal (WSJ), Xi Jinping pediu a Biden “não só para encaminhar o desenvolvimento das relações entre a China e os EUA para o terreno certo como também apoiar as nossas responsabilidades mútuas no esforço conjunto da paz mundial”.
Antes da videoconferência, esperava-se que Biden ameaçasse com repercussões económicas também a China, se esta avançasse com apoio militar e económico à Rússia, incluindo a compra de petróleo e gás, a mais baixo custo, que Putin iria desviar dos mercados europeus, que por enquanto dependem do pipeline russo.
Segundo a análise do WSJ, Pequim definiu nos últimos dias uma estratégia geopolítica que lhe parece mais favorável, a de uma “benevolente neutralidade”, em que não se oporá à Rússia – e nunca chegou a criticar a ação bélica de Putin - e mostrar-se-á apoiante da Ucrânia.
Mas esta teoria não é confirmada pelos elementos do Partido Comunista Chinês: “A ideia de que a China está no lado errado da história é arrogante. São os EUA que estão no lado errado da história”, escreveu hoje de manhã a porta-voz do ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, culpando os Estados Unidos pela ação militar russa na Ucrânia,
Antes do telefonema que acabou há poucas horas, a assessora de imprensa da Casa Branca, Jen Psaki, salientou que o encontro faz parte “de esforços permanentes de manter abertas as linhas de comunicação entre os dois blocos”.
Psaki desvalorizou ainda a importância da chamada no contexto da situação na Ucrânia, dizendo ainda que os dois líderes iriam discutir “como gerir a competição entre os dois países, a guerra da Rússia contra a Ucrânia e outros assuntos de interesse comum”.
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