China. Queda de avião que matou 132 pessoas terá sido propositada
China. Queda de avião que matou 132 pessoas terá sido propositada
O avião da China Eastern Airlines, que ligava as cidades de Kunming (sudoeste) e Guangzhou (sul), despenhou-se na encosta de uma montanha no dia 21 de março na região autónoma chinesa de Guangxi, no sul da China, após uma queda inexplicável de vários milhares de metros em apenas alguns minutos.
As informações de uma caixa negra recuperada após o acidente sugerem que alguém ativou os controlos que causaram a descida, noticiou o diário de economia, citando pessoas que estão a par de uma avaliação preliminar efetuada por responsáveis norte-americanos.
A Administração da Aviação Civil da China (CAAC, na sigla inglesa) está oficialmente ao leme da investigação. Numa declaração no final de abril, afirmou ter preparado um relatório preliminar sem dar pormenores sobre o que poderá ter causado o acidente, que matou 132 pessoas.
Não foram encontrados problemas mecânicos
Como previsto pelas regras da aviação internacional, os representantes do Conselho de Segurança dos Transportes dos EUA (NTSB, na sigla inglesa) estão a prestar assistência técnica às autoridades chinesas.
Contactada pela AFP esta terça-feira, a agência norte-americana recusou comentar uma investigação conduzida por outra autoridade.
A Boeing, evocando também regras segundo as quais só a autoridade responsável por uma investigação em curso pode comunicar sobre o seu progresso, também não quis comentar.
Na sua declaração no final de abril, a CAAC assegurou que as qualificações da tripulação e do pessoal de manutenção estavam "em ordem", bem como o certificado de navegabilidade da aeronave.
A China Eastern Airlines tinha declarado anteriormente que o piloto e os dois co-pilotos não estavam sob suspeita.
Em geral, as autoridades chinesas impuseram um controlo rigoroso sobre as informações em torno da catástrofe.
"O avião fez o que lhe foi dito para fazer por alguém no cockpit", disse uma das fontes do Wall Street Journal, antes de sublinhar que as autoridades chinesas não tinham até agora alertado para quaisquer problemas mecânicos ou de controlo do voo do aparelho.
Segundo o jornal referido, as autoridades americanas estão, em vez disso, a voltar a sua atenção para as ações de um piloto, com a possibilidade de uma terceira pessoa ter entrado no cockpit.
Quedas intencionais são raras na aviação civil
Os peritos da aviação mostram-se perplexos com a causa do acidente, salientando que este modelo de aeronave é conhecido pela sua fiabilidade. Alguns especialistas ouvidos pela AFP especularam que poderia ter sido suicídio ou um ato deliberado de sabotagem.
A queda intencional de um piloto continua a ser um ato extremamente raro na história recente da aviação civil, sendo o último exemplo proeminente o de um voo da companhia aérea alemã Germanwings a 24 de Março de 2015.
O co-piloto Andreas Lubitz, que estava a tomar antidepressivos, aproveitou a ausência momentânea do comandante da cabine para embater com o avião na encosta de uma montanha nos Alpes franceses.
O avião, um Airbus A320, despenhou-se, matando todos os 144 passageiros e seis membros da tripulação.
A Agência Europeia para a Segurança da Aviação (EASA, na sigla inglesa) recomendou subsequentemente um melhor acompanhamento médico dos pilotos, em particular através de testes psicológicos e toxicológicos melhorados.
Siga-nos no Facebook, Twitter e receba as nossas newsletters diárias.
