Chile. Polícia atira jovem manifestante de ponte
Chile. Polícia atira jovem manifestante de ponte
O caso aconteceu na sexta-feira no Chile, mas a onda de indignação tem-se arrastado pelo fim de semana no país e um pouco por todo o mundo, através das redes sociais. No passado dia 2 de outubro, um jovem manifestante foi atirado da Ponte Pio Nono, em Santiago do Chile, por um agente da polícia, enquanto as forças de segurança dispersavam um grupo de manifestantes.
As imagens do agente, que entretanto foi detido, foram captadas pelas câmaras de televisão e em vídeos que circulam nas redes sociais e que mostram como o jovem cai no rio, quase sem caudal, depois de ter sido atirado por cima de uma ponte balaustrada, por um polícia, durante uma manifestação que decorria na capital.
Agente acusado de tentativa de homicídio
A gravidade dos acontecimentos levou a polícia a realizar uma conferência de imprensa para justificar a ação do agente. Um porta-voz do organismo afirmou que este não empurrou o jovem e que a queda se deu porque o adolescente se desequilibrou quando o agente o tentou deter.
Contudo, as imagens contradizem as declarações, mostrando como o polícia agarrou o jovem contra o corrimão da ponte até este cair no rio.
O agente foi detido e está acusado de "tentativa de homicídio", refere o espanhol Publico.es.
A Procuradoria Distrital do Centro Norte publicou nas suas redes sociais que o agente foi preso e acusado de "tentativa de homicídio" por "causar a queda de um adolescente da ponte de Pio Nono para o Rio Mapocho".
A declaração, citada por aquele jornal online, refere ainda que os factos estão também a ser investigados pelo Ministério Público.
Jovem é menor e o seu estado é estável
Segundo a agência noticiosa EFE, o jovem que foi empurrado pelo polícia é menor e terá cerca de 16 anos de idade.
O caso está a ser acompanhado por vários setores políticos e sociais, como Instituto Nacional de Direitos Humanos (INDH), que tem acompanhado as tensões sociais e as manifestações na sociedade chilena desde outubro de 2019, quando se intensificaram.
O organismo assegura que o jovem se encontra estável, apesar da queda e de nas fotografias poder ser visto um lastro de sangue junto ao corpo desmaiado antes de o adolescente ter sido socorrido.
O INDH exige dos responsáveis das forças de segurança "um esclarecimento da situação".
O episódio veio reavivar as críticas à atuação das autoridades policiais, nos protestos do último ano, acusadas de exercerem repressão e abuso da força sobre os manifestantes.
Mas, desta vez, as críticas são transversais aos diferentes quadrantes, desde deputados do partido no poder e à oposição, que veio pedir, uma vez mais, a demissão do diretor-geral dos Carabineros (polícias), Mario Rozas.
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