Ucrânia disponível para receber empresas que saiam da Rússia, diz Zelensky
Ucrânia disponível para receber empresas que saiam da Rússia, diz Zelensky
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskiy, reforçou, esta segunda-feira, em Davos, o seu apelo ao embargo ao petróleo russo e disse que não deveria haver exceções nas sanções ao sector bancário do país.
A reunião anual do Fórum Económico Mundial começou na segunda-feira na estância de esqui suíça de Davos, após um hiato de dois anos devido à pandemia, embora com menos nomes importantes de Wall Street e da política.
Mas ainda há muito a discutir dada a guerra na Ucrânia, incluindo a inflação desenfreada, os riscos de escassez de alimentos e as alterações climáticas, refere a AFP.
Zelensky pede isolamento russo e diz que Ucrânia pode receber empresas
Num discurso em vídeo, Zelensky também apelou à comunidade internacional para estabelecer um precedente para dissuadir o Kremlin agora, bem como para prevenir futuras agressões.
"Se a força bruta dominar, então não há necessidade de se reunirem em Davos", afirmou no discurso de abertura do fórum.
"A força bruta não discute, mata", afirmou, dizendo que a Ucrânia está disponível para receber as empresas que deixam a Rússia. "Terá acesso não só a um mercado de 40 milhões de consumidores mas também ao mercado da UE", disse o presidente ucraniano, citado pela AFP, referindo-se ao acordo comercial do seu país com o bloco comunitário.
Bombardeamentos russos causaram cinco mortos e 11 feridos em Donetsk
Esta segunda-feira, as autoridades da região de Donetsk, no leste da Ucrânia, anunciaram que cinco civis morreram e 11 ficaram feridos, no domingo, na sequência de bombardeamentos russos.
"Os russos mataram cinco civis na região de Donetsk: dois em Lyman, um em Dachne, um em Klynove e um em Avdivka. Onze outras pessoas ficaram feridas", disse o chefe do governo da região de Donetsk, Pavlo Kirilenko, na plataforma Telegram.
De acordo com a agência de notícias ucraniana Ukrinform, uma pessoa ficou ferida em Bakhmut, na região de Lugansk, tendo recebido assistência médica.
Pelo menos 412 civis foram mortos e 1.140 ficaram feridos na região de Donetsk, desde o início da invasão russa em 24 de fevereiro.
Também esta segunda-feira, foram ouvidas explosões em Korosten, cerca de 160 quilómetros a oeste de Kiev, disse a autarquia da cidade. Foi o terceiro dia consecutivo de aparentes ataques no distrito de Zhytomyr, avançaram agências de notícias ucranianas.
Em Enerhodar, cidade controlada pela Rússia, a 281 quilómetros a noroeste de Mariupol, uma explosão no domingo atingiu a residência do autarca nomeado por Moscovo, referiram agências de notícias ucranianas e russas.
A agência de notícias ucraniana Unian disse que uma bomba colocada por "resistentes locais" feriu Andrei Shevchuk, de 48 anos, que mora perto da central nuclear de Zaporijia, a maior da Europa.
Forças russas iniciaram operação de desminagem na fábrica Azovstal
Em Mariupol, as equipas de sapadores de engenharia militar estão a levar a cabo operações de desminagem do extenso perímetro da fábrica Azovstal, disse hoje o Ministério da Defesa da Rússia.
As instalações da metalúrgica Azovstal, com mais de 11 quilómetros quadrados, foi o último bastião dos combatentes ucranianos na cidade portuária de Mariupol.
Segundo o Ministério da Defesa de Moscovo foram neutralizados "mais de uma centena de artefactos" (não especificados) que se encontravam na fábrica, após a retirada das forças ucranianas. A Rússia anunciou no passado dia 20 de maio a "completa rendição" dos defensores de Azovstal.
Nessa altura, os últimos combatentes (531 ucranianos) que se encontravam nos subterrâneos da instalação fabril há quase dois meses entregaram-se às tropas russas. No total, de acordo com Moscovo, durante a semana passada entregaram-se 2.439 combatentes ucranianos, na maioria membros do batalhão ultranacionalista Azov, que integra o Exército regular de Kiev.
Os separatistas pró-russos de Donetsk anunciaram anteriormente planos para a destruição da fábrica que foi construída durante o regime soviético.
O atual proprietário da Azovstal é o magnata ucraniano Rinat Ajmetov. Durante o último fim de semana, as autoridades russas sugeriram a possibilidade da troca de combatentes que se encontravam na fábrica pelo político da oposição ucraniano próximo do Kremlin, Viktor Medvedchuk, preso em Kiev, mas a opção já foi descartada.
Nova lei dará a ucranianos na Polónia "mesmas oportunidades", diz Zelensky
No domingo, o presidente da Ucrânia anunciou, no domingo, que o governo da Polónia está a preparar uma proposta de lei que dará aos ucranianos residentes na Polónia os mesmo direitos que os polacos.
A lei dará aos ucranianos que "residem temporariamente" na Polónia "as mesmas oportunidades que os polacos", disse Volodymyr Zelensky, num discurso.
A ofensiva militar lançada pela Rússia na Ucrânia em 24 de fevereiro já causou a fuga de mais de 14 milhões de pessoas das suas casas, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945). Mais de seis milhões fugiram para os países vizinhos, com a grande maioria a dirigir-se para a Polónia.
No dia em que o Presidente polaco, Andrzej Duda, visitou Kiev, Zelensky disse ainda que o país vai introduzir um controlo aduaneiro conjunto com a Polónia.
"Isso acelerará significativamente os procedimentos de fronteira. Eliminará a maioria dos riscos de corrupção. Mas também é o início da nossa integração na área aduaneira comum da União Europeia. É um processo verdadeiramente histórico", disse Zelensky.
Numa conferência de imprensa conjunta com Duda, o Presidente ucraniano reiterou a esperança de que, em junho, a Ucrânia obtenha o estatuto de candidato à UE. "Pessoalmente, não descansarei até que a Ucrânia passe a ser membro da União Europeia", afirmou Andrzej Duda.
Mais tarde, em conferência de imprensa, o chefe de Estado polaco pediu aos líderes da UE e destacou o grande significado psicológico e político de conceder à Ucrânia o estatuto de candidato na reunião do Conselho Europeu, que se realiza em final de junho.
(Com Lusa)
Siga-nos no Facebook, Twitter e receba as nossas newsletters diárias.
