Autarca de Metz condenado a prisão por 'conflito de interesses'
Autarca de Metz condenado a prisão por 'conflito de interesses'
O presidente da câmara de Metz, François Grosdidier (ex-LR), foi declarado culpado de "conflito de interesses", esta terça-feira, pelo tribunal correcional de Épinal e condenado a seis meses de prisão com pena suspensa e a uma multa de 10.000 euros.
Grosdidier foi acusado por ter pago em 2011, quando era deputado, um subsídio de 160.000 euros com os fundos da sua reserva parlamentar à associação Valeurs Ecologie, que presidia desde 2009.
Na audiência do início de janeiro, o autarca assegurou que, na época, teve a sensação de "favorecer uma causa que lhe parecia de interesse geral e não do seu interesse pessoal".
A análise das contas da associação não revelou nenhuma movimentação de fundos a seu favor. Grosdidier denunciou “um assédio judicial permanente”, por parte de um ex-adversário político, Philippe Mousnier, na origem deste caso.
A ex-tesoureira da associação Valeurs Ecologie, Marie-Louise Kuntz, foi também condenada por ocultação deste conflito de interesses, a dois meses de prisão com pena suspensa, bem como a uma multa de 2.000 euros.
O tribunal considerou que Grosdidier “tinha um interesse manifesto na concessão do subsídio a uma associação da qual era presidente” e que Kuntz “estava ciente da origem fraudulenta dos fundos”.
Grosdidier vai recorrer da sentença
"Este julgamento inocenta-me definitivamente da acusação caluniosa de desvio de bens públicos", reagiu François Grosdidier em comunicado de imprensa. “O mais importante para mim foi provar a minha probidade àqueles que confiaram em mim. A minha inelegibilidade foi descartada, embora fosse o real objetivo perseguido por quem me acusava e pelos meus adversários políticos."
No entanto, o autarca de Metz anunciou que pretende recorrer da sentença: “Este acórdão não altera, portanto, o exercício dos meus mandatos, mas não aceito esta condenação por conflito de interesses”, sublinhou. “Aceito ainda menos a condenação de Marie-Louis Kuntz por ocultação. Ela não escondeu uma mota roubada na cave; recebeu, como tesoureira de uma associação ecológica, um subsídio pago, após todas as verificações habituais, pelo Ministério de Ecologia.
Um juiz de instrução tinha emitido uma ordem de arquivamento do processo em 2016, confirmada em recurso em 2017 pela câmara de investigação de Metz. Mas a associação anticorrupção Anticor apresentou um recurso de cassação e o Tribunal de Cassação anulou o arquivamento em junho de 2018, encaminhando o caso para a câmara de investigação de Nancy. Grosdidier foi, então, indiciado em fevereiro de 2021 e voltou à barra do tribunal em agosto de 2021.
O autarca terá que pagar 1.000 euros de indemnização ao Anticor e a sua ex-tesoureira 500 euros.
François Grosdidier foi eleito presidente da câmara de Metz em 2020. Anteriormente, tinha sido autarca da cidade vizinha de Woippy, de 2001 a 2017, e deputado pela Moselle de 1993 a 2011.
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