Agência Internacional de Energia Atómica alerta para "perigo grave" se algum reator for atingido
Agência Internacional de Energia Atómica alerta para "perigo grave" se algum reator for atingido
O Diretor-Geral da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA), Rafael Mariano Grossi apelou à suspensão dos conflitos na zona da central nuclear de Zaporizhzhia e alertou para uma situação de "perigo grave" se algum reator for atingido.
Segundo as autoridades ucranianas, as forças russas bombardearam esta madrugada a área onde se situa aquela que é a maior central nuclear da Europa, no sul da Ucrânia, o que provocou um incêndio, que entretanto foi extinto pelos bombeiros. Apesar disso, os responsáveis ucranianos garantiram que os seis reatores de Zaporizhzhia não foram afetados e que o incêndio atingiu apenas um edifício e um laboratório do local.
Num comunicado publicado esta manhã, a AIEA afirmou que a autoridade reguladora da Ucrânia tinha informado que o incêndio "não tinha afetado o equipamento 'essencial' e que o pessoal da central estava a tomar medidas mitigadoras".
"Não houve qualquer alteração reportada nos níveis de radiação na central", refere o comunicado. No entanto, o diretor-geral da AIEA afirma que ativou o modo de resposta total do seu Centro de Incidentes e Emergência (IEC) e que vai acompanhar de perto os desenvolvimentos na central nuclear de Zaporizhzhia.
Os Estados Unidos também não registaram "níveis elevados de radiação".
"Não temos visto níveis elevados de radiação perto da central. Os reatores da central estão protegidos por estruturas de contenção robustas e foram encerrados em segurança", afirmou a secretária da Energia norte-americana, Jennifer Granholm, numa mensagem na rede social Twitter.
Contudo, a responsável considerou as operações militares russas perto da central, considerada a maior da Europa, "são imprudentes".
Os presidentes dos Estados Unidos e da Ucrânia pediram, em conjunto, à Rússia "que ponha fim às atividades militares" na zona da central e permita o acesso dos serviços de emergência ao local", refere a Lusa. Zelensky acusou Moscovo de recorrer ao "terror nuclear" e de "querer repetir" a catástrofe de Chernobyl.
Segundo o regulador nuclear estatal da Ucrânia, as tropas russas já tomaram a central de Zaporizhzhia, mas a equipa da central controla o estado dos edifícios e garante seu correto funcionamento, à semelhança do que tem sido reportado desde a ocupação pelos russos, na semana passada, da zona da central nuclear de Chernobyl, que se encontra desativada mas com depósito de detritos nucleares.
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