Xavier Bettel quer iniciar vacinação obrigatória na primavera
Xavier Bettel quer iniciar vacinação obrigatória na primavera
O projeto de lei para a introdução da vacinação obrigatória no Luxemburgo será apresentado daqui a dois ou três meses, declararam já o primeiro-ministro Xavier Bettel e a ministra da justiça Sam Tanson em entrevistas à comunicação social.
O desejo do chefe do executivo é que a vacina contra a covid-19 possa começar a ser imposta “em maio, junho ou julho”, para que se construa uma imunização que permita fazer face à próxima vaga da pandemia no outono. A novidade foi dada por Bettel num Podecast “RTL Wavebriecher”, na quinta-feira, no dia em que o Luxemburgo registou um novo recorde de infeções pela covid-19, contabilizando em 24 horas 3.064 casos.
O Luxemburgo tem atualmente 75,5% da população vacinada, de acordo com o último relatório semanal do Ministério da Saúde, falta agora vacinar as pessoas que continuam a recusar receber esta imunização, apesar de todas as campanhas de sensibilização.
Mais uma vez, o primeiro-ministro confirmou que pretende seguir as recomendações do grupo de especialistas que convidou para responder às principais questões sobre esta polémica medida no país.
Impor a vacinação a toda a população com mais de 50 anos e aos trabalhadores do setor da saúde e prestadores de cuidados às pessoas mais vulneráveis.
Xavier Bettel assume que esta é a decisão mais difícil de tomar desde que gere os destinos do Luxemburgo, mas reconhece que as campanhas de sensibilização não tiveram sucesso e ainda há uma parte da população que é preciso vacinar.
Definir as sanções
Também a ministra da Justiça, Sam Tanson, em entrevista à rádio 100.7, declarou que a vacina obrigatória pretende combater a possível vaga de infeções que chegará no outono, à semelhança dos anos anteriores.
Contudo, até o projeto de lei ser apresentado ainda há muito trabalho a fazer. Uma série de questões necessitam de ser decididas, como por exemplo, qual a sanção a aplicar a quem mesmo perante a lei, continue a recusar vacinar-se, e se será uma coima única, ou repetitiva por períodos fixos, em que quem não se tenha vacinado anteriormente incorra novamente numa coima.
Sam Tanson realça que os cidadãos podem continuar a não querer ser vacinados, ficarão é sujeitos às punições.
“É importante dizer que todos - no dispositivo como eu o imagino e como discutimos - têm a liberdade de recusá-lo. Só que a liberdade desta recusa tem consequências. Isso significa que “se eu não for vacinado (…), então a contrapartida é que tenho que pagar uma multa.", frisou a governante aos microfones da Rádio 100.7.
Tal como Xavier Bettel, a responsável pela pasta da justiça, a quem cabe elaborar o documento legislativo reforçou que a introdução da obrigação vacinal tem por objetivo ser uma medida preventiva, de “precaução”. “Estamos a antecipar o que provavelmente acontecerá de novo no outono”, de preparar com antecedência os “desafios que podem surgir”, declarou.
Sam Tanson adiantou, no entanto, que até lá se “houver alguma descoberta” que possa solucionar o problema, que mostre que não é mais preciso a vacinação obrigatória “tanto melhor”.
Para os especialistas e partidos que defendem a imposição desta medida, a vacinação obrigatória deverá estar em vigor até 2023 ou 2024, estimando que até lá a covid-19 continuará ativa, podendo surgir novas variantes ainda mais perigosas do que a omicron.
A decisão de obrigar à vacinação apenas parte da população e setores específicos da sociedade está a ser criticada pela Comissão Nacional de Ética. Por seu turno, o Conselho Consultivo dos Direitos Humanos do Luxemburgo defende que apesar de ser justificável a medida, este não será o momento certo para avançar com tal imposição.
Os partidos ADR, o Déi Lenk e os Piratas são contra qualquer forma de vacinação obrigatória no país.
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