Xavier Bettel quer criar uma escola de enfermagem em conjunto com França
Xavier Bettel quer criar uma escola de enfermagem em conjunto com França
O primeiro-ministro do Luxemburgo anunciou na sexta-feira a intenção de criar uma escola de enfermagem juntamente com a França. Um projeto conjunto que visa fazer face à escassez destes profissionais de saúde, como anuncia o Luxembourg Times.
O problema da falta de enfermeiros no Luxemburgo, já é antigo no Grão-Ducado e tornou-se mais visível nesta altura da crise pandémica.
Manter os transfronteiriços com a pandemia
De acordo com o primeiro-ministro 70 mil profissionais de saúde, a maioria enfermeiros, que trabalham no Luxemburgo residem no outro lado das fronteiras, e com a chegada da epidemia do novo coronavírus ao país, o governo adotou várias medidas para que estes trabalhadores transfronteiriços pudessem continuar a trabalhar, caso contrário, o sistema de saúde do Luxemburgo não iria aguentar.
O governo colocou à disposição duas mil camas no Luxemburgo, para estes transfronteiriços, de modo a poupar-lhes tempo nas deslocações diárias do seu país de residência até aos estabelecimentos de saúde do Luxemburgo. Bettel conseguiu também garantias do presidente Francês, Emmanuel Macron de que a França não requisitaria os trabalhadores da saúde do Luxemburgo que residem em França. E com o encerramento das fronteiras a entrada e saída dos transfronteiriços esteve sempre autorizada.
A novidade da escola de enfermagem conjunta com Espanha foi revelada pelo primeiro-ministro luxemburguês durante a sua visita na sexta-feira ao Centre Hospitalier Emile Mayrisch (CHEM), em Esch-sur-Alzette, onde cerca de 60% dos funcionários são transfronteiriços residentes em França, adianta o Luxembourg Times.
De acordo com Xavier Bettel o governo já tinha discutido a possibilidade de criar com a França uma escola para algumas profissões da saúde, como a enfermagem, disse Bettel.
As propostas da consultora
No ano passado, o relatório "Etat des lieux des professions de santé au Luxembourg", elaborado pela consultora de saúde Marie-Lise Lair, a pedido do governo alertava para a falta de enfermeiros residentes no Luxemburgo, a par com os outros profissionais de saúde. Uma das causas era a imagem errada que os jovens tinham do papel de enfermeiro, considerando-os apenas como alguém que dá afetos aos doentes. Neste documento, Marie-Lise Lair defende que esta falta de atratividade pelo curso de enfermagem tem de ser combatida.
Em janeiro deste ano, a ministra da Saúde admitia em resposta a uma questão parlamentar do partido DP e com base no relatório de Marie-Lise Lair que “as competências dos enfermeiros devem ser revistas e ampliadas para combater essa falta de atratividade.
Diploma de bacharel
Na sua questão parlamentar o DP questionava por que razão o Luxemburgo não oferece ainda o bacharelato nos cursos de enfermagem, pelo que os estudantes que desejam este diploma têm de ir continuar os estudos no estrangeiro.
Paulette Lenert anunciou então que a criação de um comité interministerial para estudar as propostas do relatório sobre o estado da saúde, e entre eles definir “os procedimentos necessários para garantir o estabelecimento de um diploma de bacharel para determinadas categorias de enfermeiros”.
Em debate estava já a transição “BTS-Bachelor”, que poderia ser adotado no “contexto da revisão da lei sobre a organização do ensino superior e que permitirá aos alunos que tenham concluido com sucesso um BTS no LTPS para seguir os estudos de bacharelado na Universidade do Luxemburgo".
Esta comissão interministerial teria seis meses para apresentar um relatório. Com a chegada da pandemia os trabalhos deverão ter sido interrompidos.
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