Suspenso julgamento de recurso do homicídio de Ana Lopes
Suspenso julgamento de recurso do homicídio de Ana Lopes
O julgamento de recurso do homicídio de Ana Lopes foi interrompido esta sexta-feira e só deverá ser retomado na próxima terça-feira. No passado mês de janeiro, o português Marco Silva foi condenado, em primeira instância, à pena máxima pelo homicídio premeditado da ex-namorada, também de nacionalidade portuguesa.
Os juízes consideraram o jovem de 33 anos culpado de raptar a ex-companheira e mãe do filho de ambos na noite de 16 de janeiro de 2017. Na altura com 25 anos, Ana Lopes tinha sido dada como desaparecida a 15 de janeiro, em Bonnevoie, na cidade do Luxemburgo. Dois dias depois do alerta de desaparecimento, o carro da portuguesa foi localizado em território francês, em Roussy-le-Village, perto da fronteira com o Grão-Ducado, completamente carbonizado. Mais tarde, a autópsia confirmaria que o corpo encontrado na viatura era o de Ana Lopes.
Os advogados de defesa de Marco Silva exigem a absolvição do seu cliente num julgamento de recurso que teve início na passada terça-feira. Era esperado que o representante do Ministério Público fizesse uma declaração, o que não aconteceu, uma vez que os juizes querem ouvir, antes, um especialista em ADN, avança o Luxemburger Wort.
Vestígios de ADN na fita adesiva
Esse testemunho é importante uma vez que deverá esclarecer a origem dos vestígios encontrados num rolo de fita adesiva não muito longe da cena do crime, em Roussy-le-Village. Além do ADN da vítima, foram encontrados vestígios de ADN de pelo menos dois homens. Acredita-se que pertencem a Marco Silva e a um elemento masculino.
O português foi detido seis meses após o homicídio encontrando-se preso desde essa altura. No dia em que conheceu a sentença voltou a afirmar que estava inocente - desde o início do processo que tem negado a autoria do crime - e passados poucos dias recorreu da sentença. Na terça-feira, na primeira sessão do recurso, voltou a reafirmar o mesmo. "Estou inocente", declarou, citado pelo Luxemburger Wort.
Entre as provas que levaram à condenação do português pelo crime que chocou o país, estão os vestígios de ADN encontrados pelos investigadores.
No entanto, estes elementos foram sempre contestados pelo acusado e pelos seus advogados de defesa e, refere o Wort, voltaram a ser questionados na sessão do recurso por Marco Silva. Contudo, quando o juiz perguntou repetidamente porque é que a fita não tinha sido encontrada no carro queimado, mas sim nas imediações do local do crime, Marco Silva disse que não lhe competia dar explicações, passando depois a palavra aos seus advogados, Philippe Penning e Gennaro Pietropaolo, que exigiram a reversão da sentença e a absolvição do acusado.
Siga-nos no Facebook, Twitter e receba as nossas newsletters diárias.
