Querer comprar casa mas não conseguir. A triste realidade no Luxemburgo
Querer comprar casa mas não conseguir. A triste realidade no Luxemburgo
No Luxemburgo, um inquilino paga, em média, 1.400 euros de renda por mês, mais de 150 euros de encargos, tem um rendimento anual familiar entre 20 mil e 80 mil euros. Vive num apartamento arrendado com um quarto, mas desejaria poder comprar uma habitação.
Este é o perfil-tipo de um residente do país, feito com base num estudo inédito da empresa imobiliária CBRE. O inquérito realizado a 600 pessoas, incluindo 25% de origem portuguesa, traça o retrato dos inquilinos e o panorama dos agregados em relação às habitações.
Do total dos participantes, 37% revelam pagar entre 1.001 e 1,500 euros de arrendamento, seguido de 24% que despendem de 1.501 a 2.000 euros mensais para a renda da casa.
A par com a renda, 63% revelam que pagam mais 150 euros, em média, pelos encargos da habitação. A maioria dos inquiridos tem entre 25 e 44 anos e vive na habitação desde há dois a quatro anos.
O rendimento familiar
Um casal em que ambos trabalham e pagam a casa. Esta é a situação mais comum, seguida de 37% dos residentes que vivem sozinhos e que contam com o seu único rendimento. Há ainda 7% que dependem inteiramente do companheiro(a), pois não têm rendimentos suficientes para suportes os custos com a habitação.
Quanto ao valor do rendimento familiar anual, para 24% dos casos este situa-se entre os 40 mil e os 60 mil euros por ano. Já 22% possuem rendimentos entre os 20 mil e os 40 mil euros anuais e 21% entre os 60 e os 80 mil euros.
No entanto, há uns "notáveis" 13% dos inquiridos que revelam ter um rendimento anual superior a 100 mil euros por ano, enquanto 9% sobrevivem com menos de 20 mil euros por ano.
Que tipo de casa?
A maioria vive numa só casa com a família (62%), enquanto 25% vivem sozinhos e 11% partilham a habitação.
Embora o apartamento seja a habitação mais comum (63%), há quem arrende uma moradia (13%) ou um estúdio (9%). Um apartamento com duas assoalhadas é o mais comum (32%), seguido de uma casa com três (21%) e as habitações com uma única assoalhada (19%). Mesmo assim, 10% vivem numa casa com cinco ou mais assoalhadas.
À procura de um lar
Qual é o principal fator que condiciona a procura de uma casa para arrendar? O preço da renda, com 77% a considerá-la 'muito' ou 'extremamente importante'. A segurança das redondezas é outro dos principais fatores que os inquilinos têm em conta na hora de arrendar habitação (63%).
A parte mais desejada na casa
Ter uma casa com jardim (32%) é a opção preferida dos inquiridos que não se importam de pagar mais pela renda, se assim o puderem fazer. Uma casa com terraço ou lugar de estacionamento são as duas outras características mais importantes.
Arrendar ou comprar?
O preço demasiado elevado das habitações é a principal razão pela qual os residentes optam por arrendar em vez de comprar casa. Com um 'budget' limitado e sem possibilidade de efetuar os adiantamentos necessários para a compra da casa, ou pagar o empréstimo bancário da hipoteca, alugar torna-se a única alternativa para muitos. Contudo, 83% dos inquiridos revela que, se pudesse, compraria uma casa.
Como encontrar morada?
Embora metade dos residentes encontre a sua casa através de sites imobiliários, quase 40% recorre com sucesso às suas relações sociais em busca pela habitação. Ou porque conhece o senhorio ou o inquilino cessante, ou através do boca-a-boca'. Para os autores do estudo esta foi (mais) uma das surpresas do inquérito.
Mudar de residência
Quase metade dos residentes deseja mudar de habitação nos próximos dois anos. Quase 50% desejam uma casa maior, ou pretendem encontrar uma renda mais barata (22%) ou num local mais seguro (16%).
Já 16% querem continuar a residir na mesma casa nos próximos 10 anos.
Contudo, a ambição de comprar a sua própria casa nos próximos anos, tornando-se proprietário em vez de inquilino, é um desejo generalizado.
Trabalhar em casa
Este inquérito da CRBE sobre o perfil dos inquilinos e residência aborda ainda a questão do teletrabalho, com 41% das pessoas a considerar o seu lar como um local adequado para trabalhar e confessando que gostaria de o fazer dois a três dias por semana. Se para 10% dos inquiridos o ideal seria trabalhar sempre em casa, já 16% preferem trabalhar a semana inteira fora de casa.
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