Portugal e Luxemburgo assinam memorando para reforçar ensino de português
Portugal e Luxemburgo assinam memorando para reforçar ensino de português
Portugal e o Luxemburgo vão assinar esta quarta-feira um memorando de entendimento sobre o ensino do português nas escolas do grão-ducado, permitindo manter a oferta nas escolas onde já existe e reforçar os cursos na educação pré-escolar.
Segundo um comunicado divulgado esta segunda-feira pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) português, o memorando de entendimento será assinado esta quarta-feira, durante a visita oficial do primeiro-ministro, António Costa, ao Luxemburgo.
“Trata-se de um instrumento que visa incentivar a aprendizagem precoce da língua portuguesa e a sua continuidade no ensino básico e secundário”, afirma a nota do MNE.
De acordo com o executivo português, fica garantida a manutenção do ensino da língua portuguesa nas escolas onde já existe e é reforçada a oferta de cursos de língua portuguesa na educação pré-escolar (ciclo 01).
“Trata-se de um sinal importante para a valorização e o desenvolvimento da língua materna das crianças lusófonas, ao permitir estabelecer uma continuidade entre a língua falada no seio familiar e a aprendizagem da língua portuguesa na escola”, refere o Governo, que menciona que este projeto envolverá professores portugueses e luxemburgueses, bem como docentes luxemburguesas de origem portuguesa.
Quanto ao caso das aulas de português em Esch-sur-Alzette, a Comissão Escolar da autarquia não recuou na decisão de acabar com o ensino integrado em português, afetando 500 crianças.
No entanto, o ensino em língua portuguesa nas escolas daquela comuna vai ser feito em regime complementar, segundo declarações do embaixador de Portugal no Luxemburgo, Carlos Marques Pereira.
O MNE adianta que o memorando de entendimento que será assinado pelas autoridades portuguesas e luxemburguesas “refere ainda o papel da Escola Internacional de Differdange/Esch-sur-Alzette, na qual a língua portuguesa, a par das outras línguas aprendidas, é oferecida como língua 01 (língua ensinada no nível de língua materna) e língua 03 (língua ensinada como segunda língua estrangeira), a partir do primeiro ano do ensino básico e até ao final do ensino secundário”.
“Esta escola tem como missão proporcionar um ensino multilingue e multicultural de qualidade”, acrescenta o comunicado.
Por outro lado, os governos dos dois países comprometeram-se a criar “um novo modelo de cursos de língua portuguesa” para os ciclos 02 (1.º-2.º anos), 03 (3.º-4.º anos) e 04 (5.º-6.º anos): os cursos complementares, a realizar nas escolas, após o horário escolar, mas na sua continuação, de preferência terças e quintas-feiras à tarde e ainda ao sábado.
“Este entendimento vai beneficiar a integração e o sucesso escolar dos alunos lusófonos”, considera o Governo.
Estes cursos complementares são uma alternativa aos cursos integrados, “que poderão manter-se e vir a ser criados no futuro, contando sempre com o apoio das autoridades portuguesas e das autoridades luxemburguesas”, esclarece o MNE.
Em ambos os tipos de cursos, a avaliação das competências adquiridas constará nos boletins escolares dos alunos.
O compromisso tem ainda o objetivo da certificação, aponta o comunicado do Governo português.
“Os alunos lusófonos, mesmo aqueles que não frequentaram cursos, serão incentivados a realizar exames de certificação de conhecimentos em língua portuguesa. Os exames serão promovidos pelas autoridades portuguesas e organizados em cooperação com as autoridades luxemburguesas”, acrescenta.
Atualmente há 2.800 crianças a aprender português no Luxemburgo: 1.600 em cursos paralelos, 1.200 em ensino integrado.
Lusa
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