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Partículas no ar causam 200 mortes por ano no Grão-Ducado
Luxemburgo 3 min. 16.11.2021 Do nosso arquivo online
Poluição atmosférica

Partículas no ar causam 200 mortes por ano no Grão-Ducado

Poluição atmosférica

Partículas no ar causam 200 mortes por ano no Grão-Ducado

Luxemburgo 3 min. 16.11.2021 Do nosso arquivo online
Poluição atmosférica

Partículas no ar causam 200 mortes por ano no Grão-Ducado

Paula SANTOS FERREIRA
Paula SANTOS FERREIRA
As partículas finas de poluição retiram ainda 2100 anos de vida à população do Grão-Ducado. Saiba de onde vêm estas gotículas e outros gases responsáveis por AVCs, cancros do pulmão e outras doenças graves.

São microscópicas, invisíveis, estão em todo o lado e representam o poluente atmosférico mais mortal. São as denominadas de partículas finas de poluição (PM 2,5) que provocaram a morte prematura de 200 pessoas no Luxemburgo  em 2019, segundo o último relatório da Agência Europeia do Ambiente sobre o impacto da poluição do ar na Europa.

A exposição às PM 2,5 (partículas em suspensão no ar com diâmetro inferior a 2,5 micrómetros) roubou ainda 2100 anos de vida entre a população do Grão-Ducado, mais precisamente 346 anos de vida por 100 mil habitantes, revela ainda o estudo denominado "Impacto da Poluição do Ar na Europa". Em toda a  União Europeia, estas gotículas de ar foram responsáveis por 307 mil mortes prematuras.

Se as diretrizes da qualidade do ar para as PM2,5 da Organização Mundial de Saúde tivessem sido respeitadas pelos estados membros, 58% destas mortes prematuras teriam sido evitadas, alerta o documento.

No Luxemburgo, em 2019, teriam morrido menos 100 pessoas devido a este poluente, menos 50% de mortes. Mesmo assim, houve uma redução da mortalidade causada pelas PM2,5 na Europa, em relação ao total de óbitos prematuros. A melhoria da qualidade do ar e as condições climáticas favoráveis permitiram esta diminuição.

A poluição atmosférica é uma das principais causas de doença e morte prematuras na Europa. "As doenças cardíacas e os acidentes vasculares cerebrais são a maior causa de morte por poluição do ar, seguidas das doenças pulmonares e cancro do pulmão", revelam os investigadores.


Poluição matou prematuramente quase 5.000 portugueses num só ano
Em 2019 morreram 307 mil europeus, dos quais 200 luxemburgueses. Muitas destas mortes podiam ter sido evitadas se os Estados cumprissem as normas de qualidade do ar da UE e os valores de referência da OMS.

Ozono e dióxido de azoto, os outros perigos

O relatório concentra-se também nos malefícios de outros dois grandes poluentes do ar, as partículas de ozono (O3) e o dióxido de azoto (NO2). Na Europa, estes dois poluentes também provocaram mortes prematuras. No Grão-Ducado, o dióxido de azoto causou 20 óbitos prematuros e 44 anos de vida perdidos por 100 mil habitantes, e as partículas de ozono uma dezena de mortes e menos 22 anos de vida, em 2019.

Os especialistas em saúde ambiental consideram que estas partículas finas de poluição são o grande perigo para a humanidade em termos de qualidade do ar que respiramos. Mas o NO2 e o O3 também têm de ser reduzidos drasticamente.

De onde vêm as partículas finas? São essencialmente produzidas pela combustão, seja dos cigarros, ou da queima de combustíveis dos automóveis, atividades industriais ou agrícolas. A combustão de madeiras e óleos, por exemplo das lareiras ou aquecedores domésticos, também gera partículas finas de poluição.

O dióxido de azoto (NO2) é um gás altamente tóxico resultante da queima de combustíveis fósseis a temperaturas elevadas. O tráfego automóvel e o setor industrial são os grandes responsáveis por este agente poluidor responsável igualmente pelo desenvolvimento de doenças respiratórias.

As partículas de ozono (O3) formam-se através de reações químicas de poluentes emitidos para a atmosfera e geradas pela luz solar. Os transportes, a extração de gás natural, os aterros sanitários e alguns produtos de uso doméstico são responsáveis por estas partículas.

No documento, a Agência Europeia do Ambiente lembra ainda que a meta do "Plano de Ação de Poluição Zero" é a de reduzir o número de mortes prematuras devido à exposição a partículas finas em 55% até 2030, em comparação com 2005.   

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