“Pais é que devem decidir se filhos até seis anos regressam à escola em maio”
“Pais é que devem decidir se filhos até seis anos regressam à escola em maio”
Para as crianças mais pequenas será mais complicado manter o distanciamento social e as novas regras de prevenção contra o novo coronavírus. Como será mais difícil para os professores e escolas garantirem tais medidas de segurança entre os mais petizes, nesta fase da pandemia.
Por isso, para Alain Massen, presidente da Representação Nacional de Pais do Luxemburgo (RNP), um órgão consultivo do governo no caso das crianças até aos seis anos, a decisão deste regresso à escola em maio deverá caber aos pais e não ao governo, como explicou ao Contacto.
“Todos sabemos que é mais complicado as crianças com menos de seis anos adotarem os gestos de segurança e higiene adequados para evitar o contágio, porque são pequenas e vai ser difícil que mantenham a distância segura nas escolas, durante as brincadeiras com os colegas”, relembra este responsável pela RNP.
“Para nós devem ser os pais a escolher se estas crianças voltam à escola ou continuam a ficar em casa”, defende Alain Massen.
Há muitos meninos que estão com saudades das brincadeiras com os seus colegas após tanto tempo fechados em casa, e “vão ficar felizes por voltar, eles querem é brincar, jogar à bola”. “Vão esquecer-se depressa do que os adultos lhes dizem, para não se aproximarem para manter a máscara e nestas circunstâncias não deve ser o ministério da Educação a impor o regresso, os pais devem ter liberdade de escolha”, conta o presidente da RNP.
As famílias decidem
Além das questões de segurança há também as dificuldades das famílias e o que cada pai considera melhor para os seus filhos pequenos. E são várias como aponta este responsável: Há pais que irão começar a trabalhar e podem não conseguir ficar em casa com os filhos, há pais imigrantes que consideram ser mais benéfico para os meninos pequenos voltar à escola para continuarem a aprender os idiomas do Luxemburgo, do que as crianças ficarem de março a setembro sem praticar estas línguas, há pais que preferem coloca-los nas escolas do que junto com os avós mais idosos. Há muitas razões, frisa Alain Massen.
Este representante já deu a conhecer ao ministro da Educação Claude Meisch a posição da RNP em relação a estas crianças menores de seis anos. “O ministro disse que iria considerar esta opção, mas não sabemos, se no final, irá respeitá-la ou não”.
Apelo aos pais portugueses
A RNP já se pronunciou no geral sobre a reabertura dos estabelecimentos escolares “apenas por semanas até às férias de verão”. Como lembra Alain Massen, “a decisão da reabertura das escolas nesta crise sanitária, “deveria ser feita com base em estudos e evidências científicas e não em imposições económicas”.
Além de que, o governo deveria planear as aulas “só durante a parte da manhã, até às 13h00 para que todos os alunos pudessem almoçar em casa”, para que os pais também pudessem estar em casa durante a tarde, com horário reduzido e os respetivos apoios.
No final, Alain Massen faz um apelo aos pais portugueses. “Pedimos aos pais da comunidade portuguesa tão bem representada no nosso país que venham a público debater esta questão, que seja mais ativos, e defendam as suas posições, dado o peso desta comunidade no Luxemburgo”. Clique aqui para ler o comunicado da RNP em língua portuguesa sobre a reabertura das escolas em maio.
Nova petição contra reabertura
Foram várias as petições públicas que chegaram à comissão das petições da Câmara dos Deputados sobre o regresso às escolas em maio e nestas situações, quando há petições semelhantes, a que é autorizada, por norma, é a primeira a ser entregue para autorização neste organismo.
Assim a autorização acaba de ser dada à petição 1550 que está já aberta a assinaturas no site oficial do governo. Clique aqui para a petição 1550.
Esta petição defende “a abertura de todas as escolas, creches e ‘maisons de relais’ apenas em setembro, no próximo ano letivo para proteger todas as crianças”. Ou seja, é contra a reabertura agora em maio.
Mais de 15800 assinaturas
Há uma outra petição semelhante a decorrer no site change.org que já vai com mais de 15.800 assinaturas às 12h22 desta sexta-feira. Contudo, e apesar da forte adesão esta petição não é válida para levar o assunto à discussão pública pois não está inscrita e a decorrer no site oficial da comissão das petições, como o Contacto já anunciou.
Tal aconteceu por desconhecimento da sua autora, a portuguesa, Tânia Pragana. Embora tenha dado entrada com o pedido para a sua petição recomeçar no site oficial, foi a petição 1550 a escolhida, por ter sido a primeira a chegar.
“A todos quantos assinaram a minha petição em change.org quero pedir para agora assinarem a petição 1550 para que possamos impedir a reabertura das aulas em maio e levar o assunto à discussão pública na câmara dos deputados com a presença do ministro”, pede Tânia Pragana.
Necessárias 4500 assinaturas
Das mais de 15800 assinaturas já conseguidas são apenas necessárias 4500 assinaturas para a petição 1550 ser debatida no parlamento. Por isso, Tânia Pragana pede “esse esforço” dos seus assinantes, voltando a “pedir-lhes desculpas” pela inscrição incorreta num site não oficial.
A reabertura das escolas de 4 a 25 de maio decidida pelo governo luxemburguês está a dividir os pais dos alunos. Para uns o regresso à escola deve ser adiado até setembro considerando ser ainda não haver garantia das medidas de segurança relativas ao contágio do novo coronavírus nas escolas. Outros pais concordam com a decisão do governo.
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