OCDE avisa: Luxemburgo está a ficar aquém das metas do clima
OCDE avisa: Luxemburgo está a ficar aquém das metas do clima
O Luxemburgo precisa de redobrar os seus esforços para limpar o ambiente e cumprir os objetivos de alterações climáticas e poluição que se comprometeu com outros países, de acordo com um relatório crítico do grupo de nações ricas da OCDE publicado esta sexta-feira.
Estradas sobrelotadas, baixos impostos sobre os combustíveis, destruição natural da agricultura e rápido crescimento económico impedem o cumprimento dos votos que o Luxemburgo fez no Acordo de Paris para reduzir o aquecimento global e os objetivos de sustentabilidade das Nações Unidas, disse o relatório.
A biodiversidade está em declínio há 40 anos e os esforços do Luxemburgo não estão a acompanhar o rápido crescimento económico e demográfico do país, lê-se. Uma em cada quatro espécies biológicas está ameaçada, e as plantas em ambientes agrícolas estão em maior risco de extinção.
O consumo de energia e as emissões de gases com efeito de estufa estão a aumentar, segundo o relatório, o que significa que o país pode falhar o seu objetivo de reduzir as suas emissões em 55% em comparação com os níveis de 2005, e de alcançar a neutralidade climática em 2050, objetivos decorrentes do Acordo de Paris.
Os baixos impostos especiais sobre o consumo de combustível fizeram do Luxemburgo um íman para os condutores de camiões e residentes dos países vizinhos encherem os seus tanques. Contudo, o combustível vendido no Luxemburgo conta para os seus objetivos de emissões, e o transporte a 70% é a principal fonte de emissões de carbono.
Os preços de carbono do Luxemburgo estão "entre os mais fracos dos países europeus da OCDE", afirma o relatório do grupo dos 37 países. O abastecimento energético do país é fortemente dependente do petróleo, e a energia renovável desempenha um papel menor em comparação com outros países da OCDE.
Os benefícios fiscais para combustíveis na agricultura, produção de electricidade e aquecimento, e o custo geralmente baixo da energia proporcionam poucos incentivos ao investimento em energias renováveis e eficiência energética, apesar do facto de serem duas marcas registadas das políticas climáticas propostas pelo governo.
O país deverá introduzir um imposto de carbono a partir do próximo ano, e comprometeu-se a reduzir as emissões em 55% durante a próxima década.
Embora a qualidade do ar tenha melhorado durante a última década, o país precisa de fazer mais para reduzir a poluição causada por partículas finas, óxidos de azoto, compostos orgânicos voláteis e amoníaco, aponta o relatório. Os progressos na reciclagem e redução de resíduos abrandaram, representando um risco para os objetivos que o Luxemburgo se fixou para 2030 e para a implementação da estratégia de resíduos zero do país.
A poluição da água pelos fertilizantes utilizados na agricultura deve ser mais bem gerida, insiste o relatório, fazendo eco das conclusões de um grupo de reflexão. Embora o Luxemburgo demonstre uma "gestão quantitativa geralmente boa dos recursos hídricos", a procura de água poderá aumentar nos próximos anos e deverá ser acompanhada de perto.
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