O meu primeiro Natal no Luxemburgo "foi na pandemia e ficámos as duas sozinhas e isoladas"
O meu primeiro Natal no Luxemburgo "foi na pandemia e ficámos as duas sozinhas e isoladas"
Roberta Züge, 50 anos, e a filha Fernanda, 17, chegaram ao Luxemburgo no ano mais desafiante da história recente - 2020 - o que condicionou muito a primeira Consoada desta família.
Já tinham visitado o país no ano anterior, tinham conseguido a cidadania luxemburguesa e estavam prontas para deixar Curitiba, sul do Brasil, para viver no centro da Europa. No entanto, o timing não podia ser mais desafiante. "No final de 2020 viemos, em plena pandemia de covid-19! Foi complicado vir sozinha com uma filha adolescente, num período extremamente crítico para adaptação".
Roberta lembra que "foi uma fase muito difícil, diversos acontecimentos negativos no Brasil e aqui estávamos com restrições, incluindo que quase não conhecíamos gente. Além do medo de uma infeção, havia restrição até de visitas nas casas. Por isso, tivemos de passar o Natal só nós duas e os contactos pela internet. Esta foi nossa forma de confraternizar".
Roberta e Fernanda viveram uma experiência praticamente oposta aos Natais no Brasil, em pleno verão. Lá em casa, "trocamos presentes, fazemos amigo secreto, há sempre muita e diversificadas opções de pratos e bebidas. É uma festa de abundância em todos os sentidos" diz a mãe.
Valeu a mãe e filha a relação mútua de apoio que construíram. "Quando uma estava desanimada, a outra tentava mostrar os lados positivos. A Fernanda tinha em mente que precisava superar aquele momento e que seu esforço seria recompensado em novas perspetivas de estudos". Ainda assim, admitem que "aquele Natal foi realmente triste."
Natal virtual
Apesar de fisicamente não terem a família e amigos por perto, a tecnologia permitiu encurtar distâncias. "Reunimos com diferentes pessoas pela internet. 'Jantamos' com um amigo de infância que estava na Alemanha, ele em Dusserdorf, sozinho em casa, e nós duas aqui: a tela nos unia. Depois (por conta das diferenças de fuso) conversamos com nossos familiares também via webcam", conta Roberta.
Um ano depois, em 2021, puderam aproveitar algo que não conheciam e que 2020 tinha negado: os famosos mercados de Natal, que ambas adoraram. Roberta reconhece que há semelhanças na decoração ou comida entre Luxemburgo e Brasil "devido à grande imigração de europeus para as regiões sul e sudeste" brasileiros. Ainda assim, como nunca passaram com a Consoada com uma família luxemburguesa, não sabem se é uma "festa" na dimensão a que estão habituadas em Curitiba.
Este ano, sem a sombra da covid-19, esta família vai reunir-se com amigos e tentar aproveitar o Natal como antes. O melhor presente, esse, Roberta já recebeu: "A minha filha ter sido premiada como a melhor da turma já no primeiro ano dela aqui".
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