Mais uma semana atormentada para a família grã-ducal
Mais uma semana atormentada para a família grã-ducal
O escândalo está instaurado na monarquia luxemburguesa. O Ministério Público abriu terça-feira um inquérito preliminar para apurar se há ou não violência física na Corte Grã-Ducal.
A investigação partiu das declarações de Pol Schok, um jornalista do semanário Land, que no domingo, revelou aos microfones da rádio RTL conhecer testemunhas credíveis que relatam “violência física” no Palácio.
O jornalista do Land não adiantou quem é o alegado agressor e quem são as alegadas vítimas. Certo é que no programa semanal daquela rádio estava a ser debatido o relatório do antigo diretor da Inspeção Geral das Finanças, Jeannot Waringo, sobre a gestão da Corte Grã-Ducal.
O relatório aponta o dedo à Grã-Duquesa Maria Teresa, “demasiado interveniente na gestão da Corte, quando o seu “papel devia ser meramente representativo”. É a mulher do chefe de Estado quem decide sobre “novas contratações, colocação de pessoal ou despedimentos”.
O relator descreve um ambiente de trabalho tenso. “Empregados ansiosos, com medo de represálias e de serem despedidos”.
O vai e vem de funcionários na Corte Grã-Ducal comprova esse mal-estar. Cinquenta e um funcionários deixaram de trabalhar para os monarcas, nos últimos cinco anos (entre 2014 e 2019).
Foi o primeiro-ministro, Xavier Bettel, quem pediu o relatório, em meados de 2019, depois de a imprensa divulgar mexidas constantes nos recursos humanos no Palácio. É que é o Estado – ou seja os contribuintes – que paga os salários dos trabalhadores da Corte. Foram cerca de 11 milhões de euros em 2019.
Seguindo as recomendações, do relator Waringo, de modernização do funcionamento da monarquia, o primeiro-ministro anunciou esta quarta-feira a criação de uma nova entidade na Corte Grã-Ducal, que terá, entre outras responsabilidades, de gerir os recursos humanos. Vai também ser criado um novo cargo na casa real: supervisor financeiro interno. Novos cargos que farão parte de um novo organograma da Corte, onde estará estipulado “quem faz o quê e a Grã-Duquesa não fará parte desse organograma”, garantiu esta quarta-feira Xavier Bettel.
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