Luxemburgo não financia ensino do português
Luxemburgo não financia ensino do português
Falta vontade política. O Luxemburgo não se preocupa em financiar o ensino de português nas escolas públicas do país. Atualmente, há cerca de três mil alunos a aprender a língua portuguesa no Grão – Ducado, através do sistema disponibilizado e financiado pelo Instituto Camões. Com mais de 93 mil portugueses a viver no território é pouco.
Os portugueses são a maior comunidade migrante no país, representando quase 14% do total da população. É mais de um em cada dez habitantes. Somos muitos, mas a nossa língua parece valer tão pouco no Grão-Ducado.
Poderia haver muitas soluções para este problema como criar uma secção portuguesa nas escolas públicas europeias ou garantir a opção do português nas escolas oficiais. Um esforço para garantir a multiculturalidade, num país em que 31% dos imigrantes são portugueses.
Estas são hipóteses para reforçar a integração dos portugueses, mas para isso teria que haver vontade política do governo luxemburguês.
Apostar no português é uma aposta estratégica no futuro, já que somos uma comunidade com quase 300 milhões de falantes em todo o mundo. Um grupo de países lusófonos que representa uma riqueza mundial de dois mil milhões e euros, com uma população que não para de crescer. Em 2100 seremos quase 500 milhões no planeta a falar a língua de Camões.
Portugal, um país de emigrantes que trata mal os seus imigrantes
Um relato assustador é aquele que nos chega de Odemira, em pleno Alentejo. Em causa estão as condições desumanas a que estão a ser sujeitos milhares de migrantes que trabalham na região. Trabalhadores que, como tantos portugueses, partiram para um outro país à procura de uma melhor situação económica. Estima-se que, pelo menos três mil encontraram condições de habitabilidade impróprias que os conduziram a uma epidemia de covid-19.
Portugal, um país com uma diáspora de mais de dois milhões de emigrantes espalhados pelo mundo deveria receber melhor quem lá chega à procura de uma oportunidade.
Como sublinha a jornalista do Contacto, Ana Tomás “a situação não é nova mas as restrições da pandemia vieram expor o problema a uma nova luz e gerar trocas de acusações sobre a atribuição de responsabilidades”.
As autoridades estão, só agora, a investigar as redes de imigração ilegal e de tráfico humano. Esperemos que seja o início do fim desta exploração inaceitável.
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