“Há quem tenha comprado casa há três anos e já a vendeu pelo dobro do preço”
“Há quem tenha comprado casa há três anos e já a vendeu pelo dobro do preço”
Os preços da habitação no Luxemburgo continuaram a aumentar, apesar da pandemia e neste pequeno país é cada vez mais difícil conseguir alojamento, para a maioria da população. Só que para quem é proprietário, este é o “momento ideal” para vender.
“Há casos em que o aumento do valor da casa tem facilmente chegado aos 100% desde há anos”, constata Luís Macedo, dono da agência imobiliária Immo-Macedo no Luxemburgo, lembrando que nos últimos meses a inflação subiu imenso, refletindo-se também no mercado imobiliário.
Há dois anos, houve quem tivesse adquirido um duplex por 415 mil euros e recentemente vendeu-o por 755 mil euros, um aumento de 81%, exemplifica este agente. Noutro caso, houve quem tivesse adquirido uma casa por 200 mil euros há três anos e agora vendeu-a por 400 mil euros, diz Luís Macedo. Esta valorização de 50% a 100% dos imóveis é possível, “mas é preciso que se faça um bom negócio”. Porque, frisa este português há casas que não se tornam tão rentáveis para venda.
“A valorização dos imóveis depende de várias variáveis, como a conjuntura, forte demanda e irracionalidade do mercado, do bom ou mau preço de aquisição, da situação e localização do imóvel e da manutenção do mesmo”, explica este agente imobiliário. E dá um exemplo: “Apartamentos recentes em imóveis mal geridos ou descuidados têm um impacto negativo em caso de venda, assim como os encargos elevados do imóvel residencial”.
Vendas em alta
Atualmente, o momento é ideal para quem deseja rentabilizar e lucrar com investimento na habitação. Razão pela qual as vendas de imobiliário estão em alta no país, e há cada vez mais gente a vender os seus imóveis.
“Há muitos proprietários que compraram casas há anos, e agora os filhos cresceram e saíram de casa, tornando a habitação grande demais para o casal. Percebem que é a melhor altura para vender e avançam com a decisão”, conta Luís Macedo.
Entre quem vende há portugueses com habitação própria no Luxemburgo que estão na idade da reforma e a aproveitam esta fase do mercado para vender a sua casa e mudar-se para Portugal: “Vendem por valores elevados aqui e depois compram habitação na terra natal, a preços muito mais baixos. Tem casa e ainda ficam com um bom dinheiro”.
Outros residentes vendem a sua casa com o objetivo de lucro e vão comprar habitação nos países vizinhos, onde o imobiliário é inferior. “Há cada vez mais gente a preferir comprar na Bélgica ou na França”, tornando-se transfronteiriço. “A diferença é que se depois decidirem vender a casa, o valor não será igual ao do Luxemburgo, onde os preços são superiores”, avisa o português.
Para Luís Macedo esta inflação dos preços do mercado imobiliário vai acalmar. “Cada vez há mais oferta e se assim continuar, a habitação vai desvalorizar. Com tanta gente a vender os preços vão cair nos próximos tempos”, vaticina.
“Vender agora em vez de esperar”
Philipp Niemann, diretor-geral da agência imobiliária Engel & Völkers faz a mesma leitura que Luís Macedo. "As pessoas que esperaram para vender as suas propriedades nos últimos anos têm medo de que os preços baixem, por isso estão a pensar numa venda agora", declarou este responsável numa conferência de imprensa na passada semana. Os proprietários “tendem a escolher vender agora, em vez de esperar", vincou Philipp Niemann, citado pelo Wort, perspetivando igualmente um abrandamento dos preços do imobiliário.
"Pode ser o fim do rali de preços extraordinários e este pode ser o momento certo para vender", afirmou Niemann vincando que as os proprietários consideram que os “preços já não irão aumentar nos próximos anos” como até agora.
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