Governo não quer tornar vacina obrigatória apesar de novos casos de sarampo no Luxemburgo
Governo não quer tornar vacina obrigatória apesar de novos casos de sarampo no Luxemburgo
O Ministério da Saúde luxemburguês não vê necessidade de tornar a vacinação obrigatória no Grão-Ducado. A questão colocada pelo Contacto surge num momento em que há sete casos de sarampo identificado no país e, ao mesmo tempo, em que Itália e França tornaram a imunização da crianças e jovens obrigatória, de forma a conter os recentes surtos de sarampo neste países e na Europa em geral.
"Neste momento, o Ministério da Saúde é da opinião que não é necessário tornar a vacinação obrigatória", respondeu o gabinete de imprensa do executivo ao Contacto. Após ter anunciado a existência de cinco casos de sarampo no Grão-Ducado na semana passada, dois dias depois o Ministério de Étienne Schneider informava que o número tinha subido para sete. Todos os casos tiveram origem na Escola Europeia de Mamer.
Apesar de a vacinação não ser obrigatória no país, as autoridades de saúde recomendam a vacinação das crianças até aos dois anos com as duas doses da vacina única contra o sarampo, a papeira, a rubéola e a varicela (MMRV). A vacina pode ser tomada a partir dos 12 meses. Os adultos nascidos depois de 1980 que não tomaram esta vacina são também aconselhados a fazê-lo.
Surtos de sarampo: Itália e França tornam vacinação obrigatória
Os surtos de sarampo atingiram valores recorde em 2018. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), em 2018 houve mais de 82 mil casos de sarampo que resultaram em 36 mortes, um aumento de 50% em relação a 2017. Países como França, Grécia, Itália, Rússia, Sérvia, Geórgia e Ucrânia registaram milhares de infetados só em 2018, sendo que os surtos não parecem abrandar. Na Ucrânia, só em 2019 quase 25 mil pessoas foram infetadas com sarampo e 11 morreram, de acordo com os números do governo.
Na maior parte dos casos, a OMS e os executivos europeus atribuem estas fatalidades à não vacinação. O assunto tornou-se uma preocupação para alguns Governos europeus que começaram a legislar sobre o tema, tornando a vacinação obrigatória. No início de março, o governo italiano introduziu um pacote de vacinação mandatória das crianças até aos seis anos, incluindo sarampo, rubéola e papeira. França seguiu o mesmo caminho e tornou obrigatória a toma de oito vacinas, incluindo a do sarampo. Alemanha é o mais recente país a ponderar a medida.
Em 2018, o Luxemburgo registou apenas quatro casos de sarampo. Em março de 2019, há sete casos identificados, e o balanço vai certamente ser mais elevado no final deste ano. Mas, tal como já referido, o executivo não vê, para já, a necessidade de adoptar medidas mais radicais.
Recentemente, o Contacto noticiou também a existência de um movimento antivacinação no Luxemburgo que refere existirem cada vez mais pais interessados em não vacinar os filhos. Questionado sobre esta associação, o Ministério da Saúde recusou-se a fazer qualquer comentário.
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