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Este ano foi o mais quente de sempre no Luxemburgo
Luxemburgo 3 min. 28.12.2022
Alterações climáticas

Este ano foi o mais quente de sempre no Luxemburgo

Este Verão, muitas árvores entraram no modo de Outono, com a folhagem avermelhada devido ao calor excessivo.
Alterações climáticas

Este ano foi o mais quente de sempre no Luxemburgo

Este Verão, muitas árvores entraram no modo de Outono, com a folhagem avermelhada devido ao calor excessivo.
Foto: Ministério do Ambiente
Luxemburgo 3 min. 28.12.2022
Alterações climáticas

Este ano foi o mais quente de sempre no Luxemburgo

Diana ALVES
Diana ALVES
Além da temperatura, este ano foi marcado por uma ausência prolongada de chuva que deixou o país numa situação de seca sem precedentes.

É uma base de dados com 180 anos. Desde 1838 que o serviço de meteorologia da Administração dos Serviços Técnicos da Agricultura, o AgriMeteo, analisa o tempo e a conclusão é esta: 2022 foi o ano mais quente de sempre, juntamente com 2020.

Num comunicado enviado às redações pelo Ministério da Agricultura, o serviço alerta que os seus registos são prova do aquecimento global. E que o aumento da temperatura, das vagas de calor e da seca tem mão humana.

O AgriMeteo analisou dados meteorológicos até 26 de dezembro, concluindo que 2022, juntamente com 2020, surge como o ano mais quente jamais registado no país. 


Contacto , Bericht über die Auswirkungen der Dürre in Luxemburg , Interview mit Christophe Hissler und Stanislaus Schymanski ,  LIST-Experten , Auswirkungen der Dürre  Foto: Anouk Antony/Luxemburger Wort
Como a seca está a mudar o Luxemburgo
Este verão foi o mais seco dos últimos 100 anos no Grão-Ducado. Riachos secaram e árvores morreram. As reservas de água potável podem estar em risco em algumas comunas. Até a produção do vinho poderá mudar. Fenómenos que estão a mudar o Luxemburgo tal como o conhecemos.

Além da temperatura, este ano foi marcado por uma ausência prolongada de chuva que deixou o país numa situação de seca sem precedentes. O verão de 2022 foi o verão mais seco desde 1921, com o défice de precipitação a rondar os -92% em julho e os -65% em agosto. O instituto ressalva que, somada às vagas de calor, a ausência prolongada de chuva foi um “entrave ao bom desenvolvimento das culturas agrícolas”.

Com uma temperatura média recorde de 10.9 graus, a temperatura anual ultrapassou em 1 grau a média de referência no período 1991-2020. O aumento da temperatura verificou-se ao longo de todas as estações do ano.

Sobre as estações do ano, o AgriMeteo destaca o “verão histórico de 2022”, com uma temperatura média de 19,3 graus e máxima de 36 graus, fazendo dele o verão mais quente alguma vez registado no país. No verão passado, o país registou um recorde de 60 dias com temperaturas acima dos 25 graus, sendo que a marca dos 30 graus foi ultrapassada vinte vezes.

Alterações documentadas pelo AgriMeteo

Para o AgriMeteo, não há dúvida. “A aceleração dos recordes de calor e dos períodos de seca é causada pela intensificação do aquecimento global”, que o serviço tem vindo a observar desde 1838. Um registo que, atualmente, tem como base dados recolhidos em 36 estaçoes meteorológicas espalhadas por todo o país.  


Alguns cursos de água secaram muito rapidamente este verão
Luxemburgo teve o verão mais seco em mais de 100 anos
O Ministério de Agricultura, Viticultura e Desenvolvimento Rural divulgou esta sexta-feira o balanço meteorológico dos últimos três meses.

O serviço de meteorologia da agricultura conclui que as alterações climáticas provocadas pelo ser humano fizeram com que as temperaturas aumentassem 1,5 graus entre os períodos 1861-1890 e 1991-2020. Outra das conclusões da análise é que os dez anos mais quentes de sempre medidos pelo AgriMeteo estão todos incluídos no período 2002-2021.

O organismo sublinha também que “cada uma das três últimas décadas foi mais quente do que a anterior, e isto desde 1840”. Outro dado revela que, ao longo dos anos, desde 1840, a seca aumenta significativamente entre abril e novembro.

O instituto ressalva ainda que entre 1991 e 2020, o risco de seca é registado ao longo de dez meses do ano (à exceção de dezembro e janeiro), ao passo que antes (1961-1990) esse risco verificava-se apenas em junho e julho.

Impacto na Agricultura

Sem grandes surpresas, a agricultura no Luxemburgo sofreu com o aumento da temperatura e da seca em 2022. De acordo com o serviço de meteorologia da agricultura, o cultivo de trigo, cereais, batatas e as culturas forrageiras como o milhos, por exemplo, foram fortemente afetadas pelo tempo.


Temperaturas extremas no Verão e períodos cada vez mais longos de seca têm afetado as florestas do Luxemburgo.
O plano do Luxemburgo para salvar as florestas
Em 2021, mais de metade das árvores de todas as espécies estavam gravemente danificadas ou mortas.

No caso da fruticultura, as colheitas foram boas para as cerejas e ameixas, mas mitigadas para as maçãs e peras.

As condições meteorológicas fizeram com que a colheita do milho acontecesse mais cedo do que o previsto. O mesmo aconteceu ao nível da viticultura, com vindimas “historicamente precoces”, que começaram a 22 de agosto, um mês mais cedo do que o habitual.  

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