Estado da Nação. 14.800 empresas receberam luz verde para desemprego parcial
Estado da Nação. 14.800 empresas receberam luz verde para desemprego parcial
Esta é a sétima declaração de Xavier Bettel, em que governa liberais, socialistas e ecologistas. Um discurso marcado pela covid-19 e as suas consequências sobre a economia do país.
Logo na abertura do discurso de 53 páginas, Xavier Bettel sublinhou que “é agora que conta”. É essencial respeitar as medidas impostas pelo Governo, caso contrário “todos os esforços feitos nos últimos meses, serão em vão”. O primeiro-ministro frisou que é preciso continuar a fazer esforços, fazer atenção e ser solidário com as pessoas mais vulneráveis.
No entanto, o primeiro-ministro acrescentou que todos querem o máximo de normalidade, dentro do possível. Bettel garante que o Governo tem trabalhado e continua a trabalhar para ter o máximo de normalidade na vida da população.
O primeiro-ministro salientou que nos próximos dias vai haver debate sobre a situação atual das finanças, da economia e o aspeto social do país, e que apesar de as opiniões divergiram, o objetivo é o mesmo: o melhor pelo país.
Bettel acrescentou que todos seguem com muita atenção os números da covid, seja o número de novos infetados, de hospitalizações ou de vítimas mortais. Mas para além dos números, o primeiro-ministro frisa que o mais importante são as pessoas que estão por detrás dos números.
O governante garante que o Executivo tomou sempre as decisões em consonância com os números e com aquilo que se sabia no próprio momento em que se tomaram as decisões.
Ainda no seu discurso, o primeiro-ministro deu o exemplo de um homem, com apenas 40 anos, que pratica muito desporto e que não sofria de outras patologias, mas que teve de ser hospitalizado no verão devido à covid-19, tendo mesmo estado nos cuidados intensivos. Isso ilustra, segundo Bettel, que o coronavírus não tem só consequências para as pessoas vulneráveis. O novo coronavírus é mais perigoso do que uma gripe, salientou Bettel.
O governante acrescentou que até agora o país conseguiu controlar a crise sanitária. As ajudas decididas pelo Governo, quer desemprego parcial ou licença por razões familiares, foram essenciais para garantir a sobrevivência das empresas, mas também das famílias.
Só no desemprego parcial foram aceites 14.810 pedidos de desemprego parcial, o que garantiu o pagamento de 375.196 salários, ou seja o Estado pagou 807 milhões de euros. Bettel acrescentou que o desemprego parcial vai continuar para além de 31 de dezembro.
A campanha dos vouchers no setor do turismo, “que era qualificada de ridícula por muita gente, foi um sucesso”, segundo Bettel. Até agora já foram utilizados 60.000 vouchers.
“É preciso ajudas específicas diretas para após o 31 de dezembro”, frisou. Daí se ter decidido, a nível europeu, apoiar as empresas após 2020. Bettel informou que esta terça-feira Bruxelas deu luz verde para ajudar essas empresas, sendo que o Governo deverá comunicar sobre o assunto nas próximas semanas.
Para 2021, o Governo não prevê uma reforma fiscal, uma vez que não é o momento de diminuir o poder de compra através de um aumento dos impostos. O objetivo para o próximo ano é de manter o sistema social e de controlar os efeitos da crise. No entanto, Bettel deixa claro que é preciso clarificar certos pontos relativamente aos fundos de investimento especializados (fisen), anunciando que a partir de 1 de janeiro estes fundos vão ser reformados.
Relativamente ao desemprego, Bettel diz-se preocupado com o desemprego dos jovens e disse que o Governo decidiu, por isso, reformar a ajuda ao reemprego dos jovens.
O primeiro-ministro sublinhou que a atividade económica no país está a melhorar lentamente e que a confiança dos consumidores também, o que o deixa confiante para o futuro.
Ainda relativamente à covid-19, o primeiro-ministro salientou que o Governo não pretende, para já, tomar outras medidas restritivas, acrescentando que não acredita que haja novamente um confinamento total como no mês de março.
O Governo tem meios para enfrentar esta situação, tendo encomendado o material suficiente para gerir a crise sanitária nos hospitais. O Governo comprou cerca de 90 milhões de máscaras, 34 milhões de luvas e 2,5 milhões de batas de proteção. Bettel informou que os hospitais se prepararam para acolher 180 pacientes nos cuidados intensivos, sendo que no auge da pandemia havia 45 camas ocupadas.
Relativamente aos respiradores, Bettel garante que o país tem o stock necessário, 295 aparelhos estão divididos pelos diferentes hospitais e há ainda 80 no stock nacional, em caso de necessidade.
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