CSV exige explicações ao Governo sobre luta contra a covid-19 e quer voltar ao poder no Luxemburgo
CSV exige explicações ao Governo sobre luta contra a covid-19 e quer voltar ao poder no Luxemburgo
O CSV exige uma reunião de urgência para que seja explicado o que levou o Governo a não tomar medidas mais restritivas, como estão a fazer quase todos os países vizinhos. O pedido surge depois de o Governo ter anunciado no sábado à noite que “para já” não tenciona implementar medidas mais restritivas para lutar contra a propagação da covid-19.
Num comunicado enviado às redações, o CSV pede que os deputados da Conferência dos Presidentes, a mesa do Parlamento, a ministra da Saúde, Paulette Lenert, e o primeiro-ministro, Xavier Bettel, se reúnam de urgência para que seja explicado o que levou o Governo a não tomar medidas mais restritivas.
O Partido Cristão Social quer ainda que os especialistas que aconselham o Governo nas suas decisões estejam presentes nessa reunião, para que todos tenham a mesma base de informação e dados científicos.
Já na semana passada, o CSV tinha pedido um encontro de urgência devido ao aumento de casos ligados à covid-19 no país. Dois dias depois, a ministra da Saúde, Paulette Lenert, foi ao Parlamento prestar esclarecimentos.
Criticas à estratégia do Governo contra a covid-19
Esta posição de força foi tomada 24 horas depois da realização do Congresso do CSV, que se realizou no sábado. Durante a reunião magna do Partido Cristão Social, foram várias as vozes a criticar a estratégia seguida pelo Governo de Xavier Bettel na luta contra a covid.19.
No seu primeiro congresso digital, o CSV tratou da crise da covid-19, da política governamental e das questões internas.
Este foi o primeiro congresso digital do CSV, com transmissão em directo, em que participaram 50 membros, enquanto os restantes delegados se juntaram, em direto, online. O presidente do partido Frank Engel acusou o governo de não levar a sério as preocupações das pessoas e de reagir demasiado tarde face ao aumento dos números dos infetados.
“Temos de antecipar para que não tenhamos de tomar medidas tão drásticas como no estrangeiro. Temos de fazer tudo o que estiver ao nosso alcance para evitar um segundo confinamento” afirmou, por seu lado Martine Hansen, líder do grupo parlamentar do CSV.
O país necessita de regras claras e coerentes, acrescentou.
Hansen descreveu a distinção legal entre reuniões organizadas e não organizadas no espaço público como incoerente. “Numa reunião organizada, a máscara é obrigatória. Numa reunião espontânea, não é. Isso não pode ser, e certamente não nestes tempos”, disse Hansen, que reiterou a posição do CSV: a de um dever geral de usar máscara em espaços públicos.
Escolas não estão preparadas para a pandemia
Hansen também falou do que considera ser a situação caótica nas escolas. “Finalmente, o ministro da Educação reconheceu que as infeções também são possíveis nos estabelecimentos de ensino”, disse Hansen. A deputada criticou o fato das direções das escolas não terem sido devidamente preparadas para a pandemia. “Um ministro tem de assumir a responsabilidade e deve estabelecer regras claras, coerentes e compreensíveis em consulta com os parceiros da escola e depois comunicá-las ”, afirmou
Já Frank Engel, líder do partido considerou que era necessária uma lei pandémica para clarificar as questões de restrições, controlo e sanções.
Uso da máscara devia ser obrigatório em espaços públicos
O CSV não compreende a falta de uma estratégia de antecipação da coligação governamental durante a crise do coronavírus. Para Martine Hansen, é importante tomar decisões, agora, antes que seja demasiado tarde. No congresso nacional, a líder parlamentar solicitou que o uso da máscara fosse tornado obrigatório em certos locais públicos.
O presidente do partido, Frank Engel, descreveu a crise da covid-19 como uma rutura, “também para o modelo de crescimento”. O líder do CSV criticou, ainda, o enorme aumento (50%) das despesa pública.
O líder do CSV fez uma avaliação da situação política, salientado que os membros do partido ficaram indignados com o facto do primeiro-ministro Xavier Bettel querer reformar o Grande Tribunal Ducal sozinho.
As recentes diferenças internas dentro do CSV sobre o tema do imposto sucessório não foram, no entanto, abordadas no congresso nacional.
No seu discurso, Engel criticou a relação do Governo com o Grão-Duque, acusando Xavier Bettel de ter cometido uma violação da lei na organização da Casa Grão – Ducal, que é regulada por um decreto do Grão-Duque.
Hora de toca a reunir para retomar o poder
O CSV quer posicionar-se como alternativa ao atual governo e pretende vencer as próximas eleições. Para isso quer mostrar ao país novas perspetivas e, nas próximas semanas, vai reunir grupos de trabalho internos para debater os vários temas e apresentar propostas. O objetivo é afirmar-se como a “única alternativa” nas eleições legislativas de 2023, como disse o presidente da mesa do congresso , Marc Fischbach.
Entre outras coisas, o CSV está a trabalhar num plano de saúde sustentável, num pacote para o setor imobiliário e numa proposta de um imposto para as atividades especulativas.
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