"Crise habitacional" no Luxemburgo. Preço dos imóveis cresceu mais do que o salário médio
"Crise habitacional" no Luxemburgo. Preço dos imóveis cresceu mais do que o salário médio
Confrontada com os números "horríveis" divulgados pelo Observatório da Habitação, a Chambre de Salariés (CSL) exige medidas urgentes para combater a crise habitacional no Grão-Ducado, refletida no "aumento contínuo e alarmante dos preços dos imóveis".
O estudo mostra que o custo da habitação pesa, em média, um terço do rendimento disponível das famílias. "18,3% dos proprietários e inquilinos enfrentam risco de pobreza", vincou o líder da CSL Sylvain Hoffmann, em conferência de imprensa.
Entre o início dos anos 2000 e meados de 2010, os preços dos imóveis subiram mais do que o salário médio. O preço de compra disparou 65,5% e as rendas subiram 47,5%, contra um aumento de "apenas" 33,6% dos salários médios.
A estrutura sindical avisa que, enquanto o Luxemburgo continuar confrontado com a falta de habitação a preços acessíveis, a disparidade vai manter-se e tem tendência a agravar-se. Noutras palavras, enquanto a procura de um teto for superior à oferta, a especulação imobiliária vai continuar a ter efeitos na qualidade de vida dos luxemburgueses.
Ferida aberta
A CSL quer impor uma renda máxima e reavaliar o preço dos terrenos. Além disso, exige que os custos e o pagamento de comissões às agências imobiliárias sejam assumidos pelos proprietários e não pelos inquilinos.
Só na capital, "11 famílias e 11 empresas detêm 63% dos terrenos disponíveis no valor de 3,8 mil milhões de euros", denunciou a presidente da OGBL, Nora Back que fez questão de sublinhar que o orçamento do Ministério da Habitação é dos mais baixos do governo, apesar de ser essencial "investir em habitação social". De resto, a verba foi a que menos aumentou entre 2019 e 2020. Este ano, Henri Kox tem mais 2,7% das verbas para tentar contornar um dos problemas mais flagrantes do país. A CSL propõe "mobilizar parte do Fundo de Compensação de Pensão". Também quer multar os proprietários com terrenos e habitações vazias e "construir uma reserva substancial de terra pública".
