Covid-19. Luxemburgo regista três casos da variante inglesa mais contagiosa
Covid-19. Luxemburgo regista três casos da variante inglesa mais contagiosa
A nova variante do vírus da covid-19 está a espalhar-se pela Europa e a sua chegada já era esperada no Luxemburgo, como previa a Ministra da Saúde Paulette Lenert e a comunidade científica.
“Na semana passada detetámos três casos de portadores da nova variante B.1.1.7 no Luxemburgo”, declarou ao Contacto Tamir Abdelrahman, chefe do departamento de microbiologia do Laboratório Nacional de Saúde (LNS).
A presença da nova variante do SARS-CoV-2, batizada de B.1.1.7, foi detetada entre as amostras positivas dos testes de rastreio, no período entre 19 e 29 de dezembro, que são enviadas para o LNS para serem sequenciadas pela equipa de Tamir Abdelrahman, com o objetivo de perceber quais as variantes do novo coronavírus que circulam no país.
Após a descoberta destes três casos de infeção pela variante inglesa, com um poder de contágio cerca de 70% superior ao das restantes estirpes em circulação, as autoridades sanitárias estão já “a realizar o rastreio de contactos e o LNS continuará a investigação em colaboração com a Inspection Sanitaire para acompanhar a evolução desta variante no Luxemburgo”, adiantou este responsável.
“A deteção dos casos desta variante e o rastreio dos contactos das pessoas infetadas” são segundo o chefe de Microbiologia do LNS as formas mais eficazes de controlar a propagação desta nova estirpe no Luxemburgo.
Maior capacidade de contágio
Embora esta estirpe possua um maior poder de contágio, de uma pessoa infetada contagiar mais pessoas do que as outras estirpes em circulação, o que pode contribuir para a incidência da doença aumentar no País.
“De acordo com estudos apresentados no Reino Unido, a nova cepa é mais contagiosa do que a cepa original com um aumento estimado de transmissibilidade de até 70%. Esses números precisam ser confirmados por novas investigações epidemiológicas e virológicas”, adianta o Ministério da Saúde no comunicado divulgado sobre a presença desta nova variante no Luxemburgo.
Apesar da capacidade para uma maior transmissão, até à data, “não há relatos clínicos sobre a virulência das novas variantes e não há evidências, neste estágio, de que ocorram formas mais graves da doença”, vinca o ministério de Paulette Lenert.
Os “dados preliminares” do Reino Unido são “tranquilizadores”, uma vez que “não parece haver um aumento significativo de hospitalização e mortalidade” associada a esta nova variante, indica Tamir Abdelrahman. No entanto, sublinha, estes casos necessitam “claramente de um acompanhamento e seguimento muito próximos”.
Até porque o “Centro Europeu de Prevenção e Controle de Doenças (ECDC) considera alto o risco de que as variantes recentemente identificadas do Sars-CoV-2 sejam uma fonte de pressão adicional sobre os sistemas de saúde”, refere por seu turno, o comunicado do Ministério da Saúde.
Ministra preocupada
Para a ministra da saúde Paulette Lenert a chegada da variante inglesa do Grão-Ducado é motivo de preocupação, como assumiu numa entrevista ao Wort Luxembourg, dado o seu maior poder de contágio o que pode representar um aumento da incidência de casos no Luxemburgo.
Além dos casos desta variante inglesa, a quadra festiva, as temperaturas de inverno e o facto da curva da doença continuar alta, apesar de estabilizada, são outras das razões para o Governo anunciar hoje, que irá, no essencial manter todas as medidas de restrição em vigor.
Após o conselho de ministros desta manhã, o primeiro-ministro Xavier Bettel e Paulete Lenert vão fazer o balanço da situação epidemiológica da doença no País e anunciar se haverá ou não modificações das medidas de restrição.
A entrevista do Contacto a Tamir Abdelrahman, chefe do departamento de Microbiologia do LNS é publicada na íntegra na edição do Jornal Contacto que sai amanhã, quarta-feira.
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