Covid-19. Há casos de reinfeção no Luxemburgo
Covid-19. Há casos de reinfeção no Luxemburgo
Nos últimos dias têm sido noticiados casos de reinfeção pela covid-19 em vários países da Europa e na Ásia, o que traz novas preocupações sobre o combate à pandemia.
“Sim, também houve reinfeções no Luxemburgo”, confirma ao Contacto Paul Wilmes, investigador da Universidade do Luxemburgo e porta-voz da task-force Covid-19. Quantos casos já foram detetados no Grão-Ducado este cientista não pode especificar, pois os dados são centralizados pela Direção da Saúde.
Os alarmes sobre a casos de pessoas que estiveram já infetadas pelo SARS-CoV-2 foram tratadas, ficaram curadas, e afinal foram de novo contaminadas por este vírus soaram há dois dias. Segunda-feira, dia 26 de agosto, um cidadão de Hong-Kong regressado de Espanha testou positivo para o novo coronavírus, o que não seria nada de especial, não fosse o caso deste indivíduo já ter anteriormente estado infetado e ter sido dado como recuperado, ou seja, curado da infeção.
O primeiro caso comprovado
O caso desde homem de 33 anos, considerado oficialmente como a "primeira reinfeção comprovada" foi motivo de um estudo científico publicado na revista Clinical Infectious Diseases. Nas horas seguintes, a Bélgica, Holanda e Alemanha noticiaram igualmente terem registado casos de doentes reinfetados.
A evidência da possibilidade de reinfeção já motivou uma declaração de alerta da Organização Mundial de Saúde (OMS). “Houve mais de 24 milhões de casos relatados até o momento”, declarou Maria Van Kerkhove da OMS dia 24. Agora “precisamos olhar para algo como [a possibilidade de reinfecção] ao nível populacional”.
O problema é que ainda pouco se sabe sobre a imunidade ao novo coronavírus que é ganha pelas pessoas que já foram infetadas, não havendo ainda nem tempo, nem estudos científicos suficientes para se chegar a conclusões específicas.
Imunidade fraca?
Por isso, uma das grandes interrogações tem sido se as pessoas infetadas ganham anticorpos e imunidade suficiente para não voltarem a ser infetadas.
Os casos de reinfeção podem significar que, afinal, essa imunidade é fraca para evitar uma nova contaminação?
“Penso que é demasiado cedo para dizer, pois outras evidências sugerem que a imunidade é construída. Alguma imunidade parece estar presente em indivíduos não infetados, através da reatividade cruzada dos antigénios da SRA-CoV-2 com os de outros coronavírus”, explica ao Contacto o investigador Paul Wilmes.
Reinfetados podem contagiar
Segue-se outra questão igualmente preocupante: Podem as pessoas reinfectadas contagiar outras pessoas? Sim, podem, segundo Paul Wilmes. “Se tiverem uma infeção, libertarão o vírus e poderão infetar outras pessoas”, justifica. Tendo em conta a percentagem de assintomáticos na epidemia os casos de reinfeção nesta população podem dificultar ainda mais o combate à doença.
E a vacina?
Se a reinfeção pela covid-19 se tornar comum devem as pessoas infetadas e curadas passar a ser também vacinadas? “Se a imunidade conferida pela vacina for mais robusta após uma infeção pelo SARS-CoV-2 isso faria sentido, mas ainda permanece pouco claro”, defende o investigador Paul Wilmes.
Outra das preocupações relacionadas com os novos contágios de pessoas anteriormente infetadas é a elaboração de uma vacina eficaz. Paul Wilmes desdramatiza. “A eficácia da vacina depende da aquisição de imunidade contra o vírus através da vacina”, por isso nada tem a ver diretamente com a reinfeção, vinca.
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