Covid-19. Bettel diz que fecho de fronteiras internas pode ser "irreparável para a UE"
Covid-19. Bettel diz que fecho de fronteiras internas pode ser "irreparável para a UE"
"O movimento transfronteiriço de trabalhadores e mercadorias é uma tábua de salvação para o Luxemburgo e muitos outros estados-membros. Quaisquer medidas introduzidas nas fronteiras internas da UE devem assegurar, pelo menos, o trânsito sem entraves dos trabalhadores fronteiriços, o repatriamento dos cidadãos, os fornecimentos médicos essenciais e os bens essenciais", argumentou o primeiro -ministro, Xavier Bettel.
Recorde-se que 70% dos trabalhadores do sistema de saúde do Luxemburgo são transfronteiriços.
O chefe de Governo luxemburguês participou, esta quinta - feira, numa videoconferência dos chefes de Estado e de Governo da União Europeia, cuja agenda foi dedicada à luta contra a epidemia da COVID-19. Xavier Bettel sublinhou que as medidas restritivas introduzidas em certas partes da UE "corriam o risco de ter um impacto grave - e talvez irreparável - no funcionamento da UE, do mercado único e do espaço Schengen".
A videoconferência substituiu a tradicional reunião do Conselho Europeu em Março, que não pôde ser realizada devido à crise de saúde do Coronavírus. Os membros do Conselho Europeu trocaram opiniões sobre as formas de limitar a propagação do vírus, o fornecimento de equipamento médico, a promoção da investigação, bem como sobre as consequências socioeconómicas da crise.
Durante o seu discurso, o primeiro-ministro Xavier Bettel pronunciou-se a favor de acções fortes de apoio à economia dos Estados Membros da União Europeia. Em particular, solicitou um instrumento comum de emissão de dívida: "Nenhum país deve ser deixado sozinho para lidar com as consequências da crise da Covid-19. Podemos e devemos fazer mais, especialmente como Estados-Membros desta União, e devemos mostrar colectivamente ambição e solidariedade para encontrar uma resposta coordenada".
Recorde-se que Bettel tinha assinado uma carta, com outros oito líderes europeus dirigida ao Presidente do Conselho Europeu.
Na carta enviada a Charles Michel na véspera deste Conselho Europeu, os chefes de Estado e de Governo de Luxemburgo, Portugal, França, Itália, Espanha, Bélgica, Irlanda, Grécia e Eslovénia defendem que, face à gravidade da situação, além das medidas já tomadas, é necessário avançar para “um instrumento comum de dívida, emitida por uma instituição europeia, para angariar fundos no mercado na mesma base e em benefício de todos os Estados-membros”.
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