Covid-19. “A nova variante do vírus vai aparecer no Luxemburgo mais cedo ou mais tarde”
Covid-19. “A nova variante do vírus vai aparecer no Luxemburgo mais cedo ou mais tarde”
Vai ser quase impossível o Luxemburgo ficar livre da nova variante do SARS-CoV-2 detetada no Reino Unido e que é 70% mais contagiosa do que as atuais em circulação no Luxemburgo e na Europa. Esta variante vai acabar por chegar ao Grão-Ducado, estimam três ministros luxemburgueses.
A nova variante do vírus “já está presente no continente europeu (Holanda, Itália, Dinamarca e provavelmente já na Bélgica), e o Luxemburgo tem de estar preparado para o facto de essa variante também aparecer acá, mais cedo ou mais tarde, se se continuar a espalhar tão rápido como em algumas partes do Reino Unido”, declararam hoje os ministros da Saúde, Paulette Lenert, dos Negócios Estrangeiros, Jean Asselborn e dos Transportes, François Bausch, na resposta a uma questão parlamentar do Partido Pirata, sobre esta nova variante do vírus da covid-19.
Se chegar ao País será detetada
Até agora, a nova variante inglesa não foi ainda detetada no País, como declarou ao Contacto o Ministério da Saúde. Mas deverá acabar por chegar ao País. Se entrar no Grão-Ducado e começar a contagiar os residentes esta nova estirpe será detetada. Isto porque como garantem os ministros nesta resposta parlamentar, a mutação do vírus que deu origem a esta nova estirpe está na parte do genoma viral capaz de ser reconhecida nos testes PCR de rastreio à infeção.
“Os testes de PCR utilizados no Luxemburgo permitem examinar pelo menos 2-3 genes diferentes, de modo que o risco de resultados falso-negativos é reduzido”, explicam os ministros salientando que na análise aos testes de rastreio positivos, o Laboratório Nacional de Saúde descobriu “várias centenas de mutações do novo coronavírus e sete variantes diferentes”, que circulam no Luxemburgo. Mas a nova variante B.1.1.7 do Reino Unido “ainda não foi detetada”.
Como já avançaram especialistas britânicos esta nova variante descoberta no Reino Unido é muito mais contagiosa, possuindo por isso “uma taxa de infeção mais alta”, como descrevem os ministros na resposta parlamentar à questão colocada pelos deputados Sven Clement e Marc Goergen, do Partido Pirata.
Embora seja mais contagiosa, atualmente, não há evidências de que essa nova estirpe provoque formas mais graves da doença ou que “influencie a taxa de mortalidade”, isto é, seja mais mortal.
O que se sabe até agora é que possui uma “transmissão 70% superior às outras estirpes a circular na Europa, e no Luxemburgo e isso conduz a um aumento de 0,4 da taxa de transmissão efetiva (Reff)”.
Novas medidas podem ser acionadas
Face ao risco desta estirpe entrar no Luxemburgo estes três ministros e os seus homólogos de outros países da UE acionaram medidas de prevenção, suspendendo a partir da meia-noite de 20 dezembro os voos de passageiros vindos do Reino Unido. Tal decisão foi feita com base em “consultas com os homólogos dos países vizinhos e a nível da União Europeia”, salientaram os governantes. A suspensão dos voos foi comunicada à Comissão Europeia.
“A 21 de dezembro, o Governo decidiu estender temporariamente a proibição de voos do Reino Unido ao Luxemburgo, até dia 3 de janeiro”, incluído. O Governo luxemburguês está alerta sobre esta nova variante do SARS-CoV-2 que se começar a circular no Luxemburgo poderá conduzir a um aumento das novas infeções. Por isso, Lenert, Asselborn e Bausch escrevem na resposta ao Partido Pirata que dependendo da evolução dos acontecimentos, “novas medidas podem ser decididas de imediato”.
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