Covid-19. A epidemia está a desacelerar mas infeções mantém-se muito elevadas
Covid-19. A epidemia está a desacelerar mas infeções mantém-se muito elevadas
A dinâmica da segunda vaga da epidemia está a “relaxar” no Luxemburgo e as previsões para os próximos dias apontam para um crescimento menor no número diário de casos, do que o inicialmente estimado.
Há três semanas, os modelos de previsão dos cientistas da task-force Covid-19 estimavam que em meados de novembro, o Luxemburgo registasse uma média de 1400 novas infeções por dia. Este número foi descendo e no relatório divulgado hoje, a estimativa aponta para 780 novos casos diários para os próximos dias. Valor menor, mas igualmente muito elevado.
Esforço coletivo para mitigar vaga
Para os investigadores, a evolução da covid-19 apresenta uma “tendência positiva”, contudo, “é necessário continuar os esforços sociais para mitigar a atual vaga epidémica, para fazer descer os números de infeções para um regime melhor controlável”, afirmam os cientistas no relatório sobre a situação atual da covid-19 no país.
Esta semana, a taxa de transmissão da doença (Reff) foi de 0,93, contra 1,04 da na semana passada, o que significa que atualmente cada infetado contagia menos do que uma pessoa. E o tempo de duplicação de casos de infeção é atualmente de 10,6 dias, contra os 8,3 dias da semana passada.
Mudança de comportamento
Quais as causas desta desaceleração da covid-19 no país? As novas “medidas restritivas implementadas”, como o recolher obrigatório e a redução a um máximo de quatro pessoas nas mesas de restaurantes ou mesmo a convidados permitidos receber em casa, e a “mudança de comportamento das pessoas” estão a surtir efeito.
Esta mudança de comportamento significa que as pessoas estão a cumprir as medidas impostas e a respeitar as regras de prevenção, como o uso da máscara, o distanciamento social, e a higienização das mãos, a par com a diminuição de contactos sociais.
Por isso, a task-force realça que estas previsões são feitas com base na situação atual e no comportamento atual da sociedade. “Este modelo não tem em conta as potenciais mudanças de comportamento social no futuro e só implicitamente tem em conta os efeitos potenciais das férias escolares da semana passada”, frisam os cientistas.
Há que "empurrar a curva para baixo"
Por isso alertam: "O nosso objetivo comum deve continuar a ser o de contribuir para empurrar a curva mais para baixo, em direção a um regime mais estável”. E isso depende da população. “O comportamento da sociedade pode alterar a curva numa ou noutra direção”, realçam.
Até porque, os números continuam elevados e os casos diários a colocar o Contact Tracing, o sistema de rastreio dos contactos nos seus limites, vinca o relatório. “A atenuação da onda epidémica depende do esforço social comum para reduzir as interações físicas, respeitando as medidas de higiene e com a participação ativa da população nos testes em larga escala. Só se conseguirmos empurrar a curva mais para baixo, pode ser evitada uma potencial recuperação rápida e forte da vaga”.
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