Confinamento. Portugueses reportaram mais contacto social do que outros residentes do Luxemburgo
Confinamento. Portugueses reportaram mais contacto social do que outros residentes do Luxemburgo
Um estudo do Laboratório Nacional e do Fundo Nacional de Investigação, que analisou a forma como o confinamento afetou o contacto social no Luxemburgo, indicou que os residentes de nacionalidade portuguesa reportaram um número mais elevado de contactos sociais do que luxemburgueses ou outros residentes estrangeiros.
Após o encerramento de escolas, instalações desportivas, lojas não alimentares, bares e restaurantes em 16 de março, o governo luxemburguês declarou o estado de emergência em 18 de março implementando medidas rigorosas de distanciamento social e instruindo a população local a permanecer em casa, excepto para o trabalho essencial e para evitar todas as interacções sociais desnecessárias. Embora os encontros sociais fossem proibidos, as pessoas eram livres de ir para o exterior, mantendo uma distância física de dois metros ou mais.
Curiosos sobre o impacto que esta mudança trouxe ao comportamento social dos residentes do Luxemburgo, os investigadores realizaram um inquérito online durante seis semanas para avaliar o impacto das intervenções governamentais nos padrões de contacto social no Grão-Ducado com participantes recrutados através do website science.lu.
Durante o confinamento, um total de 5.644 participantes no inquérito com uma idade média de 44,2 anos reportaram 18.118 contactos, uma média de 3,2 interações. O número médio de contactos por dia aumentou em 24% de 2,9 para 3,6 depois de terminado o período de confinamento.
O estudo revelou ainda que os menores de 25 anos de idade tiveram mais interacções (4,2) do que as pessoas com mais de 64 anos (1,7). Os residentes de nacionalidade portuguesa reportaram um número mais elevado de contactos (4,3) do que luxemburgueses (3,5).
Após o confinamento, 1.119 participantes reportaram 7.974 contactos, uma média de 7,1 contactos por dia, dos quais 61,7% ocorreram sem máscara.
Embora o número de contactos sociais tenha sido substancialmente inferior durante o período de confinamento em mais de 80% em comparação com o período pré-pandémico, os cientistas observaram um aumento mais recente de 121% durante o período de pós-confinamento mostrando um maior potencial de propagação da Covid-19.
Segundo os investigadores "a monitorização dos contactos sociais é um indicador importante para estimar o possível impacto das intervenções governamentais nos contactos sociais e a propagação da Covid-19 nos próximos meses". No entanto, uma vez que este estudo se baseou na participação voluntária, os jovens, os idosos e as nacionalidades específicas estão sub-representados. O estudo só pode, portanto, ser tomado como um indicador, mas não como uma representação completa da situação actual.
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