O Comité de Ética saúda o princípio de um certificado europeu de vacinação relativamente à covid-19. No seu parecer, o organismo sublinha que esse documento poderá substituir o comprovativo de teste negativo à covid-19 que já alguns países da União Europeia exigem atualmente para entrar em seus territórios.
O comité sublinha que “com ou sem vacinação, ninguém deseja que as pessoas sejam tratadas de forma diferente”, mas considera que “vai ser difícil evitar essa diferenciação”.
Defende, no entanto, que esse certificado de vacinação só poderá entrar em vigor quando uma certa percentagem da população tiver acesso à vacina, para que o documento não se torne num “passaporte de privilégios”.
No parecer, pode ainda ler-se que “recuperar a sua liberdade, não é um privilégio, mas sim um direito de cada um, sendo que o mesmo vale para o acesso à vacina”.
A longo prazo, o Comité de Ética diz mesmo que “quem decidiu ser vacinado deve ter o direito a recuperar a sua liberdade e continuar a viver sem tantas restrições, uma vez que ao tomar a vacina mostrou um ato de solidariedade”. Porém, enquanto não houver vacinas suficientes para toda a população, cabo ao Estado garantir que os direitos são os mesmos para todos.
Este país do Caribe vai apostar no turismo de vacinação, oferecendo as suas próprias vacinas, tal como a Rússia. A realidade cubana e as críticas à desigualdade desta nova tendência mundial.
Só quem possuir este certificado pode voltar a abraçar, estar com amigos, viajar e viver a vida. Quem não o tiver “fica em casa”. Se for adotado sem toda a população estar vacinada contra a covid pode gerar “fortes tensões sociais”.
Em declarações exclusivas ao Contacto, Jean Asselborn alerta para as atuais questões "políticas e éticas" deste certificado polémico que visa permitir o regresso à normalidade apenas para as pessoas já vacinadas.
A ideia de ter um documento de certificação de vacinação numa altura em que as vacinas ainda não chegaram à maioria da população europeia não gera consenso entre os estados-membros.