Brexit pode provocar falta de medicamentos no Luxemburgo
Brexit pode provocar falta de medicamentos no Luxemburgo
Se o Reino Unido sair da União Europeia sem um acordo, o Luxemburgo poderá deparar-se com anomalias nas entregas e ainda uma rutura de stock de medicamentos, admitiu esta sexta-feira o ministro da Saúde, Étienne Schneider. "O Luxemburgo enfrentará, tal como os seus vizinhos belgas, alemães e franceses, um risco potencial de escassez de certos medicamentos afetados pelo Brexit", explicou o ministro da Saúde, num discurso que contradiz as suas observações optimistas sobre o mesmo assunto, no mês passado.
Os medicamentos em questão são sobretudo aqueles que não estão em conformidade com as normas europeias em vigor. As empresas farmacêuticas que fabricam estes medicamentos e estão estabelecidas no Reino Unido terão de transferir as suas atividades para o território da UE, antes do dia 31 de outubro, prazo acordado para a concretização do Brexit, alertou o ministro. Um exemplo é a Agência Europeia de Medicamentos (EMA), que se mudou da capital britânica para Amesterdão.
"Estão previstas várias medidas transitórias para facilitar a transferência das atividades das empresas farmacêuticas e para que os medicamentos fiquem em conformidade com as normas farmacêuticas", explicou Étienne Schneider, acrescentando que "as autoridades do Luxemburgo estão a colaborar estritamente com a EMA e com as outras autoridades competentes dos Estados-Membros, de forma a antecipar as perturbações no fornecimento de medicamentos devido à saída do Reino Unido da UE".
Atualmente, é impossível determinar quais os medicamentos fabricados no Reino Unido e comercializados no Luxemburgo que irão ser mais prejudicados pelo Brexit. Segundo o ministro da Saúde, este seria "um exercício muito trabalhoso e inútil devido ao rápido progresso no cumprimento das normas de medicamentos" e também devido à incerteza em torno do desfecho final do Brexit.
Apesar de a França estar a passar por uma escassez emergente de medicamentos e vacinas, Étienne Schneider assegura que essa situação "em princípio não deve ser temida" no Luxemburgo. Em setembro, o ministro da Saúde irá divulgar mais detalhes sobre esta questão, a menos que, entretanto, o Brexit seja adiado ou definido um acordo para a saída do Reino Unido da UE.
