Não-luxemburgueses mantêm-se afastados dos cadernos eleitorais
Não-luxemburgueses mantêm-se afastados dos cadernos eleitorais
O levantamento do Ministério da Família e da Integração foi feito a 31 de janeiro, mês durante o qual os cadernos eleitorais quase nem ‘mexeram’ já que em dezembro de 2022 havia 11,2% de potenciais eleitores estrangeiros inscritos.
Por cada mil eleitores potenciais e por nacionalidades, os holandeses são os que mais estão representados nos cadernos eleitorais, com uma taxa superior a 20%. Seguem-se depois os dinamarqueses (19%), os alemães e os belgas.
Residentes portugueses pouco interessados na política local
Apesar de representarem a maior comunidade estrangeira a residir no Luxemburgo, os portugueses aparecem apenas em quinta posição, com uma taxa de inscrição ligeiramente acima dos 15%.
No final do ano passado, a Rádio Latina apurou que 11.701 portugueses estavam inscritos para votar nas eleições comunais, o que correspondia a 15,4% do total de residentes lusos que preenchem os requisitos para votar em junho. Isto significa que a taxa se mantém praticamente inalterada.
É nas comunas de Bech e de Reisdorf que se tem registado as taxas mais elevadas de inscrição, ultrapassando os 30%. Em contrapartida, na Cidade do Luxemburgo e em Flaxweiler as taxas ainda estão longe de chegar aos 10%.
Há mais mulheres inscritas nos cadernos eleitorais do que homens. As pessoas com mais idade são as que mostram mais interesse em participar nas eleições, ultrapassando os 25% no caso dos maiores de 65 anos. Em contrapartida, a taxa de recensamento dos mais novos, entre 25 e 34 anos, situa-se à volta de 2%.
Pode assim concluir-se que o interesse pelo ato eleitoral aumenta com a idade, mas também com o tempo de residência no Luxemburgo. Segundo as estatísticas, os não-luxemburgueses a morar no Grão-Ducado há mais de 20 anos estão, para já, mais representados nos cadernos eleitorais.
Governo continua a apostar na sensibilização
Consciente de que ainda há muita margem para melhorar estes resultados, ou seja para aumentar a taxa de participação dos estrangeiros, o Ministério da Integração quer agora reforçar as campanhas de informação afim de sensibilizar a parte da população que até agora tem demonstrado muito pouco interesse em eleger o burgomestre e os vereadores da sua comuna de residência.
Estas serão as primeiras eleições comunais do país em que não será exigida uma cláusula de residência aos estrangeiros. No entanto, para votar têm de estar recenseados. Algo que podem fazer no prédio principal da comuna de residência ou através do portal MyGuichet.lu. O recenseamento está aberto até às 17 horas do dia 17 de abril.
Artigo: Susy Martins | Foto: Guy Wolff

