Amália morreu há 20 anos e o mundo continua a celebrar a sua voz
Amália morreu há 20 anos e o mundo continua a celebrar a sua voz
Há 20 anos, a 6 de outubro de 1999, Portugal e os amantes de fado, um pouco por todo o mundo, perdiam a sua diva maior.
Amália Rodrigues, a voz principal daquela que é considerada a canção nacional - a qual já não veria elevada a Património Mundial da Unesco, em 2011 - calou-se nesse dia.
Recorde a fadista no fado 'Com que voz'
A morte da fadista, aos 79 anos, deixou os portugueses em choque e em consternação. Nos cerimónias fúnebres, em Lisboa, estiveram presentes milhares de pessoas, entre figuras públicas e cidadãos anónimos, muitos deles acompanharam o cortejo, cantando alguns dos fados mais conhecidos de Amália. Os restos mortais da fadista estão, desde 2001, no Panteão Nacional, em Lisboa.
Duas décadas depois da sua morte, a herança que deixou afirma-se e renova-se a cada e dia, em boa parte graças a sucessivas geração de cantores, fadistas e não só, que reinterpretam e atualizam a sua obra.
Exemplo disso são as várias iniciativas que acontecem já este sábado, que não se cingem a Portugal, e que confirmam a dimensão mundial e eterna da artista portuguesa.
Amália foi a “voz” do país, no mundo, sendo considerada um dos maiores símbolos da identidade portuguesa.
Homenagens sem fronteiras
No Luxemburgo, a diva do fado é recordada e celebrada já esta noite, de sábado, no musical 'Cantar Amália', que terá lugar no Casino 2000, de Mondorf-les-Bains, a partir das 20h30.
O espetáculo conta com a participação dos fadistas Duarte, Teresa Tapadas, Joana Amendoeira e Tereza Carvalho, e, no dia seguinte, 6 de outubro - data da morte de Amália Rodrigues - é apresentado em França, no Le Trianon, em Paris.
Em Portugal, a Altice Arena também acolhe este sábado o concerto 'Amar Amália - 20 Anos de Saudade'. Com direção artística de Diogo Clemente e Tiago Pais Dias, o concerto reúne nomes dos mais variados géneros musicais e geracionais, desde Simone de Oliveira a Aurea, passando por Dulce Pontes, Cuca Roseta, Amor Electro, Jorge Palma, Marco Rodrigues e Paulo de Carvalho.
O projeto 'Amar Amália- 20 Anos de Saudade' inclui-se no Programa de Comemorações do Centenário do Nascimento de Amália Rodrigues, a celebrar em 2020, e que conta com o Alto Patrocínio da Presidência da República.
O espetáculo prosseguirá em tournée pelo país, apresentado-se no dia 8 de novembro, em Guimarães, e a, 16 de novembro, na Super Bock Arena - Pavilhão Rosa Mota, no Porto.
A fadista que reiventou o género
Com uma carreira de mais de 50 anos, Amália Rodrigues protagonizou várias mudanças no género, ao cantar, por exemplo textos de grandes autores da literatura portuguesa.
O álbum 'Com Que Voz', que gravou em 1969 - e saiu em 1970 -, com o compositor Alain Oulman, e já depois de uma carreira firmado nacional e internacionalmente, é o maior exemplo dessa viragem no seu percurso, e no próprio fado.
Nesse emblemático disco, Amália canta escritores como Camões, Pedro Homem de Mello, Ary dos Santos, David Mourão-Ferreira ou Alexandre O'Neill.
Este ano, 'Com Que Voz' foi relançado numa edição remasterizada e aumentada, que inclui temas inéditos e versões alternativas. O fado que dá nome ao disco tornar-se-ia num dos mais célebres fados de Amália.
