Vírus pode empurrar até 60 milhões de pessoas para a pobreza extrema
Vírus pode empurrar até 60 milhões de pessoas para a pobreza extrema
São números do Banco Mundial e antecipam um autêntico desastre social em consequência da crise gerada pela pandemia do novo coronavírus. De acordo com a organização, os impactos económicos vão afundar até 60 milhões de pessoas na pobreza extrema e as medidas para a recuperação são insuficientes, considerou David Malpass, presidente do Banco Mundial, durante uma conferência de imprensa em Washington.
De acordo com o dirigente, o banco prevê uma contração de até 5% na produção económica mundial em 2020, anulando os esforços feitos nos últimos três anos para aliviar a miséria nos países mais pobres do mundo. “Milhões de pessoas tiveram os seus meios de subsistência destruídos, e os sistemas de saúde de todo o mundo estão sob pressão intensa”, afirmou Malpass
O Banco Mundial está, neste momento, a oferecer 160 mil milhões de dólares em subvenções e empréstimos com juros baixos para ajudar países pobres a enfrentar a crise por um período de 15 meses. Malpass acrescentou que cem países que albergam 70% da população mundial já receberam fundos de emergência e “embora o Banco Mundial esteja a oferecer recursos consideráveis isso não será suficiente”.
Malpass afirmou que está frustrado com a relutância dos credores comerciais em participar numa iniciativa de suspensão da dívida de 73 dos países mais pobres do mundo, anunciada no mês passado pelo G20, o grupo das principais nações desenvolvidas e em desenvolvimento.
Até ao momento, 14 países encaminharam pedidos de suspensão dos pagamentos a credores bilaterais, 23 se preparam para fazê-lo e outros 17 estão “a considerar seriamente” essa possibilidade.
A iniciativa permite que países solicitem um congelamento até o final deste ano do pagamento de empréstimos devidos a membros do G20, uma dívida que será paga mais tarde. O G20 convidou bancos e detentores de títulos a participar em termos comparáveis. “Estes são os países mais pobres do mundo e, embora possam esperar que os mercados de crédito comerciais reabram em 2020, o mais provável é que a pandemia e a paralisação económica nas economias avançadas tenha efeitos de longa duração", explicou.
Em vez disso, para Malpass, os países pobres deveriam enfocar a implementação de programas económicos que atraem remessas e investimentos diretos do exterior, ao mesmo tempo incentivando os investimentos de empresas nacionais. Destacou ainda a importância da reabertura das economias avançadas à medida que começam a sair do confinamento, permitindo a retoma dos fluxos financeiros para os países pobres, sob a forma de remessas, comércio e turismo.
“Essas foram perdas críticas e serão partes críticas da reabertura. A interação com economias avançadas será o maior passo para a recuperação do mundo em desenvolvimento.”
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