Vírus contagia economia e mercados financeiros
Vírus contagia economia e mercados financeiros
O coronavírus está a espalhar-se e a ameaçar a ténue estabilização da economia mundial, conseguida nas últimas semanas com a assinatura de primeira fase do acordo comercial entre os Estados Unidos e a China. Ainda é cedo para perceber o impacto total que o vírus está a ter na segunda maior economia mundial, mas é inegável o efeito no turismo e no consumo.
As viagens para a China estão a ser desaconselhadas por todo o mundo e mesmo no país, os cidadãos são aconselhados a saírem o menos possível, prejudicando desta forma o consumo, seja em grandes superfícies, seja em pequenos negócios. A produção industrial também deverá ser afetada, com efeitos na China e nos países que dependem da procura chinesa.
De acordo com a Bloomberg, empresas como a Honda Motor e a Nissan estão a evacuar trabalhadores das áreas afetadas e os operadores de parques temáticos, de cinemas, cadeias de lojas e de restaurantes estão a suspender projetos para proteger os seus funcionários. Wuhan – o epicentro da propagação do vírus – sentiu o maior impacto. Com uma economia de mais de 195 mil milhões de euros (vale 1,6% do Produto Interno Bruto chinês), é também um importante centro de logística, automóvel e de aço.
Não é só na China, que o coronavírus está a ter consequências. Os mercados financeiros de todo o mundo têm negociado no vermelho e os investidores estão a privilegiar ativos menos voláteis. O ouro tem sido um dos valores seguros mais procurados e a onça atingiu, na passada segunda-feira, máximos desde 2013, ao ultrapassar os 1.585 dólares. Analistas citados pela agência Efe explicaram que a cotação do ouro está a ser condicionada pela incerteza gerada pela propagação do coronavírus e as consequências que esta pode ter a nível sanitário e económico.
No entanto, analistas do JP Morgan afirmam à Bloomberg que esta pode ser uma boa oportunidade para comprar ações, acrescentando que, no passado, quanto mais as ações caíam devido a receios semelhantes, mais recuperavam depois. O Governo chinês decidiu prolongar o período de férias do Ano Novo Lunar, que deveria terminar na quinta-feira, para tentar limitar a movimentação da população. Os mercados chineses estarão encerrados até quinta-feira, mas este período também poderá ser prolongado.
P.C.S. com agências
