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UE defende “reforma estrutural” do mercado de eletricidade
Economia 3 min. 29.08.2022 Do nosso arquivo online
Crise energética

UE defende “reforma estrutural” do mercado de eletricidade

Crise energética

UE defende “reforma estrutural” do mercado de eletricidade

Foto: Anthony Indraus/Unsplash
Economia 3 min. 29.08.2022 Do nosso arquivo online
Crise energética

UE defende “reforma estrutural” do mercado de eletricidade

Lusa
Lusa
A presidente da Comissão Europeia quer uma "intervenção de emergência" para ultrapassar as fragilidades evidenciadas pela atual crise.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, defendeu esta segunda-feira uma “intervenção de emergência e uma reforma estrutural” no mercado da eletricidade da União Europeia (UE), admitindo “as limitações” da configuração atual, exacerbadas pela crise.


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O objetivo é discutir soluções em bloco para amortizar os efeitos do aumento dos preços.

“Os preços da eletricidade em alta estão a expor as limitações da atual configuração do nosso mercado de eletricidades, [que] foi desenvolvido para diferentes circunstâncias. É por isso que estamos agora a trabalhar numa intervenção de emergência e numa reforma estrutural do mercado da eletricidade”, anunciou Ursula von der Leyen.

Discursando no Fórum Estratégico de Bled, na Eslovénia, a líder do executivo comunitário aludiu aos recentes apelos para reformular o mercado elétrico comunitário, quando os preços da luz batem máximos, no contexto da crise energética e da guerra da Ucrânia.

Bloco quer combater volatilidade dos preços

Na atual configuração, o mercado grossista da UE é um sistema de preços marginais, pelo que os produtores de eletricidade recebem o mesmo pela energia que vendem num dado momento, sendo que o valor final depende da fonte energética, com as renováveis a serem mais baratas do que os combustíveis fósseis.

Uma vez que a UE depende muito das importações de combustíveis fósseis, nomeadamente vindas da Rússia, o atual contexto geopolítico levou a preços voláteis na eletricidade, além do gás.


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O impacto das decisões de vários governos europeus já está a ter alguns reflexos sociais, sobretudo no Reino Unido, onde o preço máximo da energia no país é atualizado hoje para quase o dobro.

No seu discurso, Ursula von der Leyen defendeu a necessidade de “acabar com a dependência de combustíveis fósseis russos sujos e perigosos”, assinalando que, nesta matéria, “o trabalho [da UE] está bem encaminhado”.

“Estamos a diversificar os nossos fornecedores à velocidade da luz: o fornecimento de gás a partir de fontes para além da Rússia aumentou em 31 mil milhões de metros cúbicos desde janeiro deste ano. Isto compensa os cortes russos no fornecimento de gás à Europa”, precisou a responsável.

Transição para renováveis é "melhor solução"

Além disso, “estamos também a cortar substancialmente a nossa necessidade de gás importado porque temos de nos preparar para uma potencial rutura total do gás russo”, lembrou Ursula von der Leyen, aludindo à meta que entrou em vigor em 09 de agosto, na UE, para reduzir voluntariamente 15% do consumo de gás até à primavera de 2023, visando aumentar o armazenamento nos Estados-membros e criar uma ‘almofada’ perante eventual corte.

“E, em última análise, a melhor maneira de nos livrarmos dos combustíveis fósseis russos é acelerar a nossa transição para fontes de energia verdes. Cada quilowatt-hora de eletricidades que a Europa gera de energia solar, eólica, hidroelétrica e biomassa hidrogénio geotérmico ou verde torna-nos menos dependentes do gás russo e, hoje em dia, o preço da energia solar e eólica é mais barato do que o dos combustíveis fósseis poluentes”, concluiu a líder do executivo comunitário.


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A data limite para esta redução se tornar uma realidade é 31 de março de 2023, tal como nos outros Estados-membros da UE.

E assegurou: “A era dos combustíveis fósseis russos na Europa está a chegar ao fim e, quando nos livrarmos da chantagem, teremos maior poder para defender regras globais”.

As tensões geopolíticas devido à guerra na Ucrânia têm afetado o mercado energético europeu, já que a UE importa 90% do gás que consome, sendo a Rússia responsável por cerca de 45% dessas importações, em níveis variáveis entre os Estados-membros.

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