Turismo mundial recupera, mas continua abaixo dos níveis pré-pandémicos
Turismo mundial recupera, mas continua abaixo dos níveis pré-pandémicos
Apesar da guerra na Ucrânia e das restrições de viagem ainda em vigor devido à covid-19, o turismo global continua a recuperar, sobretudo na Europa e nas Américas, mas sem regressar aos níveis pré-pandémicos.
Neste momento, os turistas estão a recuperar a confiança. Vão de férias, cada vez mais no estrangeiro. Nos aeroportos, as filas de espera voltam a formar-se.
Em 2019, as receitas do turismo mundial tinham alcançado os 1,482 mil milhões de dólares, antes de diminuírem para quase metade no ano seguinte devido à pandemia.
Ásia-Pacífico, com vários confinamentos, está a cair
Embora janeiro confirme a tendência de recuperação iniciada em 2021, a OMT assinala que a variante Omicron abrandou recentemente o crescimento e que as chegadas internacionais nesse mês ainda eram 67% mais baixas do que antes da pandemia.
Em França, todas as regiões viram os viajantes regressar e puderam assim recuperar dos baixos níveis registados no início de 2021.
A Europa já conseguiu um desempenho três vezes melhor e as Américas duas vezes melhor, mas ainda estão a meio caminho de recuperar o ritmo pré-pandémico.
"Viajei no início desta semana e posso dizer-vos que os aeroportos, os terminais internacionais nos EUA estão muito cheios e há uma procura ou interesse em viajar para a Europa, porque durante vários anos não pudemos fazer isso. Portanto, temos saudades de vir a Paris, de ir a Roma e Berlim", disse à AFP Larry Cuculic, diretor-geral da cadeia norte-americana de hotéis Best Western.
O Médio Oriente também está a experienciar um boom em comparação com 2021 (+89%), segundo a OMT, tal como a África (+51%), mas estas duas regiões ainda estão muito longe das pontuações turísticas de 2019.
Por último, sem surpresa, é a Ásia-Pacífico, com vários destinos fechados, que está a cair. Em janeiro, as chegadas de turistas internacionais eram 93% mais baixas do que antes da pandemia.
Portugal e França entre os países que recuperam
Melhor que ontem e pior que amanhã: segundo a ForwardKeys, uma das empresas líderes de análise de dados de viagens, o segundo trimestre de 2022 parece ainda "mais promissor para as viagens internacionais no mundo do que o primeiro trimestre".
Para as férias de verão, o sol e o mar nas Caraíbas e na América Latina são particularmente populares. A Costa Rica, Aruba nas Antilhas Holandesas, República Dominicana e Jamaica estão entre os 20 destinos mais populares e excedem mesmo os níveis pré-pandémicos.
Na Europa, França, Espanha, Portugal, Grécia e Islândia estão a recuperar, embora não se estejam a encher de turistas como antes da pandemia.
A França está a ir bem: os turistas estão a voltar e a gastar dinheiro. As receitas do turismo internacional em fevereiro no país "aproximaram-se das de 2019", com 2,7 mil milhões de euros, "mais 1,5 mil milhões em relação ao ano passado e -8% em relação a 2019", disse Jean-Baptiste Lemoyne, ministro responsável pelo Turismo durante uma conferência de imprensa telefónica.
O setor do turismo representava, antes da pandemia, 7,4% do PIB e 9,5% dos postos de trabalho em França.
Aumento dos preços pode inibir crescimento
De acordo com Jean-Baptiste Lemoyne, França está "muito bem posicionada" como o "destino número um de viagens na Europa para americanos, belgas, italianos e espanhóis".
Os franceses, por sua vez, são "uma exceção europeia", garante o ministro, já que "60% planeia fazer férias no país". "Com uma clientela doméstica que permanecerá muito forte e o regresso de uma clientela internacional, isto significa que estamos numa época de Verão que pode ser muito dinâmica."
Quanto ao setor aéreo, "este verão vamos encontrar os voos de pequeno e médio curso a 100%, ao nível de 2019. Por outro lado, nas rotas de longo curso, permaneceremos a 85-90% do nível de 2019".
Para Didier Arino, diretor da consultora Protourisme, "não é o mercado que vai ser problemático, é o custo de produção das estadias turísticas, a competitividade, a adequação entre produtos e o poder de compra: todos os intervenientes estão a aumentar os seus preços, e de momento está a correr bem porque as pessoas querem divertir-se. Mas estamos a atingir o limite do que é aceitável para muitos clientes."
