Trabalhadores fronteiriços. Ainda não há decisão entre Luxemburgo e França
Trabalhadores fronteiriços. Ainda não há decisão entre Luxemburgo e França
A quota de dias de teletrabalho para os trabalhadores transfronteiriços franceses continua a ser negociada entre os governos luxemburguês e francês, mas ainda não é claro que passos foram dados para a sua definição, durante a visita desta semana do primeiro-ministro, Xavier Bettel, a Paris.
O chefe de governo luxemburguês reuniu-se ontem com a sua homóloga francesa. Este foi o seu primeiro encontro oficial com Elisabeth Borne, enquanto primeira-ministra do país vizinho, e a reunião ficou marcada "por uma apreciação mútua da cooperação bilateral, particularmente da cooperação transfronteiriça entre os dois países vizinhos", refere o comunicado do gabinete de Xavier Bettel.
Ontem, num tweet, o primeiro-ministro luxemburguês tinha classificado de "excelente" o encontro, adiantando que um dos assuntos em cima da mesa "foi o papel crucial que a cooperação transfronteiriça desempenha" para os dois países, sem, contudo, dar outros detalhes.
O comunicado enviado hoje às redações, pelo seu gabinete, acrescenta que "Xavier Bettel salientou que o governo luxemburguês está constantemente a esforçar-se por melhorar as condições desta cooperação, como na questão do teletrabalho".
O jornal Le Quotidien avança que a quota de dias concedidos aos trabalhadores fronteiriços para trabalharem à distância foi de facto discutida durante a reunião entre os dois chefes de governo, mas as questões práticas terão de ser afinadas e debatidas noutro contexto. "Não é necessariamente esta a oportunidade para discutir as coisas em pormenor. É uma questão bastante técnica", afirmam fontes diplomáticas ouvidas pelo jornal.
Apesar disso, refere o Le Quotidien, as negociações entre o Luxemburgo e a França "estão em curso", com os respetivos ministérios das Finanças a conduzir estas conversações: "As discussões são bastante complexas. Precisamos de saber para onde nos dirigimos, particularmente no que respeita ao número de dias a conceder", explicam as mesmas fontes.
Os acordos fiscais em relação ao regime de teletrabalho dos trabalhadores residentes nos países vizinhos, que foram implementados durante a pandemia, terminaram no final de junho.
Como parte da sua visita de trabalho à capital francesa, o primeiro-ministro luxemburguês discutiu também com a sua homóloga francesa assuntos da atualidade, como a guerra na Ucrânia e as consequências geopolíticas do conflito, particularmente o fornecimento de energia e a segurança alimentar.
A visita de Xavier Bettel prosseguiu, esta quarta-feira, com um encontro com o presidente francês, Emmanuel Macron, que se centrou na política europeia e nas questões mais prementes, como "a procura, antes de mais, de soluções a nível europeu para a crise energética, bem como o estabelecimento de uma nova estrutura de cooperação no continente".
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