Spotify vai cortar 600 postos de trabalho
Spotify vai cortar 600 postos de trabalho
A Spotify, plataforma de música mais conhecida no mundo, anunciou esta segunda-feira que vai cortar 6% da sua força de trabalho, o que significa que irá cortar 600 postos de trabalho.
O plano de despedimento é o maior da história da empresa sueca que começou como uma startup, em 2006, em Estocolmo, e tornou-se num dos grandes nomes da tecnologia.
Numa mensagem aos empregados, o CEO Daniel Ek reconheceu "uma mudança de cultura" após anos de priorização do crescimento sobre os lucros.
"Olhando para trás, fui demasiado ambicioso em investir mais rapidamente do que o nosso crescimento de receitas", admitiu o também cofundador do Spotify.
"Por esta razão, estamos a reduzir o nosso número de efetivos em cerca de 6% em todo o grupo", escreveu. Este plano social vai custar 35 a 45 milhões de euros em compensações.
Sempre a perder
A empresa baseada em Estocolmo tem vindo a registar perdas há vários anos, apesar de um aumento meteórico do número de assinantes e de uma liderança sobre concorrentes como a Apple Music e a Amazon Music.
No terceiro trimestre, o grupo confirmou uma perda líquida de 166 milhões de euros. "Como sabem, fizemos um esforço considerável nos últimos meses para reduzir os nossos custos, mas simplesmente não foi suficiente", diz Daniel Ek.
"Insustentável"
Os investimentos de Spotify cresceram duas vezes mais depressa do que as suas receitas, no ano passado. "Isto seria insustentável a longo prazo em qualquer contexto, mas, num ambiente macroeconómico difícil, será ainda mais difícil tapar o buraco", disse Ek.
Um dos maiores investimentos do Spotify - mais de mil milhões de euros - têm sido os podcasts. Mas o retorno financeiro tem ainda de ser provado, segundo vários analistas. E não estão isentos de polémicas. O podcast de Joe Rogan foi acusado de espalhar desinformação.
A plataforma, que mistura um modelo de assinatura com um modelo gratuito com publicidade, tinha um total de 456 milhões de utilizadores no final de setembro, incluindo 195 milhões de assinantes pagantes. Prevê atingir 479 milhões de utilizadores ativos mensais até ao final de 2022, incluindo 202 milhões de assinantes pagantes. O objetivo é chegar aos mil milhões de utilizadores até 2030.
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