Preços mundiais dos alimentos caíram ligeiramente em abril
Preços mundiais dos alimentos caíram ligeiramente em abril
Depois de um máximo histórico em março, os preços mundiais dos alimentos caíram ligeiramente em abril, mas continuam elevados, sobretudo, devido à guerra na Ucrânia, disse esta sexta-feira a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO).
Um "declínio modesto dos preços dos óleos vegetais e cereais" fez com que o índice de preços dos alimentos da FAO, que acompanha a variação mensal dos preços internacionais de um cabaz de alimentos básicos, caísse 0,8 por cento.
Este ligeiro decréscimo acontece depois de dois recordes consecutivos em fevereiro e março, também à medida que o conflito na Ucrânia se encontra estagnado e sem uma resolução diplomática.
No entanto, os preços permanecem a um nível historicamente elevado devido às "incertezas sobre os fornecimentos exportáveis", por exemplo, do óleo de palma da Indonésia, o maior exportador mundial, que subiu quase 14%, novo máximo histórico.
Ao mesmo tempo, o índice de cereais da FAO caiu 0,7% em abril, graças a uma queda de 3% nos preços mundiais do milho. Já os preços do trigo continuam a sofrer com o encerramento dos portos ucranianos e as incertezas meteorológicas para a colheita dos Estados Unidos, aumentando 0,2%.
O bloqueio das exportações marítimas a partir da Ucrânia, desde o Mar de Azov, continua uma vez que o porto está fechado à navegação desde o início da ofensiva no final de fevereiro. O mesmo acontece com o porto de Odessa, no Mar Negro, que normalmente representa 60% da atividade do país.
"Este ligeiro declínio no índice é um alívio bem-vindo, especialmente para os países de baixos rendimentos, mas os preços dos alimentos permanecem perto dos picos recentes, refletindo tensões persistentes no mercado e representando um desafio à segurança alimentar global para os mais vulneráveis", disse o Economista Chefe da FAO, Máximo Torero Cullen.
A Rede Global de Crise Alimentar, da qual a FAO é membro juntamente com a União Europeia e o Programa Alimentar Mundial, manifestou na quarta-feira a sua preocupação pelo facto de quase 200 milhões de pessoas se encontrarem em grave insegurança alimentar mesmo antes do início do conflito.
Apesar da acumulação de crises - políticas, económicas e climáticas, especialmente no nordeste de África - a ajuda alimentar internacional aos países mais frágeis caiu para o seu nível mais baixo em cinco anos.
A FAO, que também publicou o seu boletim de oferta e procura de cereais, prevê uma diminuição de cerca de 1,2% no comércio mundial para a época de verão, em comparação com o nível recorde do ano anterior.
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